quarta-feira, 30 de setembro de 2009

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Semana da Bio - UFAM

Ae galera para quem quiser participar! Hehehe

A galera construiu uma Semana da Bio para discutir a Educação Ambiental, apontada como a principal ferramenta para a Sustentabilidade, coisa que mais se fala aqui na Amazônia. Entre verdades e mentiras (depois coloco mais postagens), muitos cursos fazem workshop, palestras, encontros e seminários voltados para a questão ambiental... Geograia, Ciências Sociais, Agronomia, Engenharia Florestal, Engenharia de Pesca, Pedagogia, Economia, Administração... tem uma galera firmeza aqui!
Olhem o que está rolando por aqui...

http://www.sembioufam.blogspot.com/

Programação
Segunda-feira (28/09)

08-10h: Credenciamento - Auditório Eulálio Chaves
10-12h: Palestra de Abertura - "Educação Ambiental, tecnologias e sociedades sustentáveis"
Profª. Dra. Izabel Zaneti - Dra. em Desenvolvimento Sustentável, UNB.
12-14h: Intervalo
14 -17h: Credenciamento - Bloco E (Mini Campus)

Terca-feira (29/09)

08-10h: Mini-curso (lista completa)
10-12h: Oficina (lista completa)
12-14h: Intervalo
14-16h: Filme - "Pro dia nascer feliz"
16-19h: Mesa-redonda 1: "Educação Ambiental nas redes de ensino: experiências e desafios"
Profª. Graça Passos - Coordra. da Educação do Campo e PROEJA, IFET Manaus.
Profª. Thelma Prado - Especialista em Educação Ambiental, SEDUC.
Profª. M. Aparecida Queiroz : Orientadora Pedagógica, Fundação Bradesco.
Profª. Ana Lúcia Barros - SEMED

Quarta-feira (30/09)

08-10h: Mini-curso (lista completa)
10-12h: Oficina (lista completa)
12-14h: Intervalo
14-17h: Mesa-redonda 2: "Educação Ambiental como instrumento de gestão nas Unidades de Conservação"
Profa. Edilene Maduro - Msc. em Política e Gestão Ambiental, Faculdade Marta Falcão.
Sra. Maria de Fátima P. do Nascimento - Chefe do Setor de Fomento à Ed. Ambiental da SEMMAS, Manaus/AM.
Sra. Ivania Ferreira da Silva - Chefe do Parque Municipal do Mindú, Manaus/AM.
Sr. Francisco Aginaldo Q. Silva - Coord. Exec. Reginoal do Grupo de Trabalho Amazônico.
17-18h: Espaço de sensibilização

Quinta-feira (01/10)

08-10h: Mini-curso (lista completa)
10-12h: Oficina (lista completa)
12-14h: Intervalo
14-16h: Filme - "Chico Mendes - O preço da floresta"
16-19h: Mesa-redonda 3: "Educação Ambiental nos Estudos/Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/RIMA)"
Prof. Dr. Neliton Marques da Silva - Centro de Ciências Ambientais, UFAM.
Sra. Geni Conceição de Barros Cáuper - Msc. em Ciências Ambientais e Sustentabilidade na Amazônia, CRBio.
Prof. Dr. Jackson Colares - Coord. de Comunicação e Multimidia, PIATAM.
Profa. Dra. Therezinha Fraxe - Socióloga Rural, FCA/UFAM

Sexta-feira (02/10)

08-10h: Mini-curso (lista completa)
10-12h: Mini-curso (Continuação)
12-14h: Intervalo
14-17h: Avaliação da SEMBIO
17h: Encerramento Cultural!!

Oficinas confirmadas
Segue abaixo a lista das oficinas confirmadas:

01- Práticas Agroecológicas como Educação Ambiental
Thelma Pontes (INPA)
Dias: 29, 30/09 e 01/10

02- Dinâmicas em grupo
Watuzy de Souza (Graduanda ICB/UFAM)
Aline de Paiva (Graduanda ICB/UFAM)
Dias: 30/09 e 01/10

03- Artesanato com material reciclado
Thayná Machado (Graduanda ICB/UFAM)
Júlio Holanda (Graduando Biologia/UFC)
Dias: 29/09

04- Oficina de Malabares
Júlio Holanda (Graduando Biologia/UFC)
Dias: 30/09 e 01/10

R$12,00 antecipado e R$15 no dia do credenciamento.
Esse valor dá direito a todas as atividades da Semana, incluindo 01 minicurso e 01 oficina.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Retirada de restingas como APP

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,projeto-libera-ocupacao-de-restinga-no-pais,428453,0.htm

domingo, 30 de agosto de 2009

Site educativo

Fazia um tempo que eu ñ entrava aqui...até me perdi na hr de fazer essa postegem hehehe
então, eu estava procurando explicações sobre um seminário que tenho que fazer, nisso encontrei este site

http://vivoverde.com.br/?m=200903

Achei muito interessante, porque ele trata de vários assuntos do meio ambiente...e tem umas explicações bem claras e expostas de maneira alegre e chamativa...acho que é uma maneira funcional de trabalhar com educação ambiental

Luana

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

jogos em educação ambiental

http://internet.boticario.com.br/portal/site/fundacao/menuitem.eb086d00de75818ee4e25afce2008a0c?epi_menuGrafico=Educacao_Mobilizacao&epi_iten=Esta%E7%E3o+Natureza&item_Menu=3#

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Mosquitos ameaçam Galápagos

Agência FAPESP – As ilhas Galápagos, no oceano Pacífico, estão a cerca de mil quilômetros a oeste da costa do Equador, país a que pertencem. Das 58 ilhas, apenas quatro são habitadas. O arquipélago conta com notável biodiversidade, que inclui espécies como as célebres tartarugas-das-galápagos (Geochelone nigra spp.).

Desde que encantou o naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), tendo sido fundamental para a produção da teoria da evolução por meio da seleção natural, a região é considerada pelos cientistas um dos maiores “laboratórios vivos” do mundo.

As Galápagos são consideradas, desde 1978, patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Mas desde 2007, apesar de manter intactas estimados 95% de sua biodiversidade original, passaram a integrar a lista dos patrimônios em risco, devido ao crescente turismo e imigração – desde 1991, o número de turistas saltou de 41 mil por ano para 160 mil.

Outra grande ameaça são as espécies invasoras. Um novo estudo destaca uma delas: o mosquito Culex quinquefasciatus, no Brasil popularmente chamado de pernilongo ou muriçoca. O inseto teria sido introduzido nas Galápagos em meados da década de 1980, levado por aviões, e continua a ser transportado regularmente desde então, cruzando com espécies locais.

“Em média, o número de mosquitos por aeronave é pequeno, mas muitos voos chegam todos os dias de modo a atender à crescente demanda do turismo. E os mosquitos sobrevivem e se reproduzem pouco depois que deixam os aviões”, disse Arnaud Bataille, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, um dos autores da pesquisa.

O trabalho, feito por pesquisadores britânicos e equatorianos, terá seus resultados publicados esta semana pela revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences.

Os mosquitos do gênero Culex são importante vetor de diversas doenças como malária aviária ou a febre do oeste do Nilo. Sua introdução no Havaí, no fim do século 19, teve um grande impacto em espécies locais, como de aves endêmicas no arquipélago norte-americano. Das 42 espécies de beija-flor existentes, 23 desapareceram por conta de doenças que se estimam terem sido transmitidas por mosquitos.

“Nossa pesquisa indica que o cenário está montado para um desastre semelhante ao ocorrido no Havaí. A menos que ações de mitigação imediatas sejam tomadas, é apenas uma questão de tempo até que a vida selvagem nas Galápagos tenha o mesmo destino dos beija-flores havaianos”, disse Andrew Cunningham, cientista sênior da Sociedade Zoológica de Londres e autor do estudo.

“O governo do Equador introduziu recentemente uma medida para que todas as aeronaves que têm as Galápagos como destino sejam desinsetizadas, mas a eficácia disso ainda não pode ser avaliada. Além disso, tal medida deve também ser aplicada em navios”, disse outro autor, Simon Goodman, da Universidade de Leeds.

O artigo Evidence for regular ongoing introductions of mosquito disease vectors into the Galapagos Islands, de Eudald Carbonell, do Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social, e outros, pode ser lido por assinantes da Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences em http://rspb.royalsocietypublishing.org.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

De volta para UNESP

Olá pessoal:
Estou de volta, agora para lecionar disciplina "Planejamento Ambiental".
Nos vemos no retorno,
Abraço

Davis

terça-feira, 7 de julho de 2009

Guia Didático sobre o Lixo no Mar

1997

Decreto 41.675 institui o programa

de educação ambiental Operação

Praia Limpa. É lançada a publicação

Guia Didático sobre o Lixo no Mar.



GUIA DIDÁTICO

SOBRE O LIXO

NO MAR



Autor: Agência de Proteção Ambiental-APA-/Divisão de Proteção Oceânica e Costeira-EUA

Editora: Secretaria de Estado do Meio Ambiente-SMA

Coordenadoria de Educação Ambiental-CEAM

Local: São Paulo/SP Ano: 1997 Número de páginas: 143

Livro didático traduzido e adaptado à realidade brasileira, trata da geração do lixo marinho, suas conseqüências para os seres humanos e do envolvimento das comunidades na resolução do problema. Concebido como um instrumento interdisciplinar de ensino, apresenta uma série de exercícios e atividades sobre o tema e divide-se em três partes: definição, características e fontes do lixo, efeitos do lixo marinho e formulação de soluções. Apresenta ainda fichas para fotocopiar com atividades e exercícios, além de ilustrações para recortar.

Grupo reconfigura mapa subaquático de Abrolhos *EDUARDO GERAQUE* da *Folha de S.Paulo*

As águas que já tinham o título de ecossistema mais diverso do Atlântico Sul
são ainda mais ricas do que se pensava, mostra um levantamento inédito. O
novo mapa biológico da região do arquipélago de Abrolhos, no litoral sul da
Bahia, indica que seus recifes de corais são apenas um dos cinco tipos de
ambientes submersos na área.

Maior levantamento oceanográfico já feito ali, o mapa é fruto de mais de
dois anos de trabalho de 40 cientistas afiliados a 14 instituições
nacionais. O grupo vasculhou quase 40 mil km2 da chamada plataforma de
Abrolhos -um tipo de tabuleiro submarino com área igual à do Estado do Rio
de Janeiro.

Os biólogos da equipe, auxiliados por um robô mergulhador, revelaram cenas
inéditas dos outros quatro subsistemas da região.

Se faltam ainda várias informações sobre o funcionamento desses novos
ambientes, que serão processadas nos próximos meses e anos, a nova geografia
de Abrolhos já está pronta, dizem os cientistas. A área conhecida agora é
igual a sete vezes a anterior.

Uma das principais atrações do novo mapa são bancos de algas calcárias, os
rodólitos, que se estendem ao longo da borda da plataforma. Segundo Paulo
Sumida, pesquisador do Instituto Oceanográfico da USP, esses locais servem
de refúgio para corais de águas rasas.

A hipótese do grupo é que os corais de Abrolhos, quando enfrentam pressões
do ambiente (naturais ou causadas pelo homem), acabam migrando para
profundidades superiores a 20 metros, colonizando os bancos de algas. "Nessa
profundidade já existem bancos de corais formados", diz o cientista.

De acordo com Sumida, não é apenas o refúgio de rodólitos que surpreende,
mas todos os novos ambientes identificados pelo Projeto Pró-Abrolhos.

Outras formações inusitadas são as chamadas "buracas". São fossas em forma
de cone que aparecem na parte externa da plataforma de Abrolhos e que são um
mistério até mesmo para os geólogos que as viram.
"Elas começam a 70 metros de profundidade e podem chegar a ter 20 metros de
fundura por um diâmetro de algumas dezenas de metros", diz Sumida. Enquanto
a borda dessas estruturas é rica em vida marinha, no interior desses cones
invertidos não há oxigênio. Só bactérias vivem ali.

Para dentro da plataforma, na direção da costa, aparece o "mar de cabeças".

O meio da plataforma de Abrolhos é coberto de areia carbonática. Aos olhos
dos desavisados, um grande deserto. Porém, no meio disso, brotam aqui e ali
colunas de coral de 50 metros de diâmetro por até 20 metros de altura que
também abrigam fauna, que os cientistas chamaram de chapeirões.

*Pressões*

E mesmo na zona mais costeira, novidades. "É uma zona repleta de sedimentos
terrígenos, trazidas pelos rios da região", diz Rubens Lopes, professor e
pesquisador do IO/ USP e um dos coordenadores do projeto Pró-Abrolhos.

Essa grande quantidade de terra que está no mar, além de um processo
natural, também é carreada porque, no continente, existe agricultura,
atividade humana que pode ser bastante prejudicial ao ambiente.

Todos esses achados, desconhecidos até agora da comunidade científica,
reforçam a importância ecológica da área, explica Lopes. "No mínimo, serve
para mostrar que o uso da área precisa ser analisado como muito cuidado",
diz.

O Parque Nacional Marinho de Abrolhos, criado em 1983 -o primeiro do gênero
no país-, cobre apenas 2% de toda a plataforma estudada.

De acordo com os pesquisadores que revelaram esses novos ambientes de
Abrolhos, não há dúvida de que os novos dados tornam a região ainda mais
complexa e delicada.

Aquela parte do litoral sul da Bahia é cobiçada tanto pelos criadores de
camarão, que querem tomar conta das áreas mais próximas ao litoral, quanto
pela indústria do petróleo.

Blocos para a extração do mineral já entraram em licitações anteriores
feitas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo). Acabaram retirados do
processo, porém, por decisão de autoridades ambientais.

Pelo menos por enquanto, disse a agência à *Folha*, não existe previsão de
que essas áreas sejam licitadas.

domingo, 5 de julho de 2009

Programa Ciências do Mar

uinta, 02 de Julho de 2009 11:10
Objetivo
O Programa Ciências do Mar tem como objetivo estimular e apoiar a realização de projetos conjuntos de pesquisa no País utilizando-se de recursos humanos e de infra-estrutura disponíveis em diferentes instituições de ensino superior (IES), institutos de pesquisa, empresas e/ou demais instituições associadas enquadráveis nos termos deste Edital, possibilitando o desenvolvimento de projetos de pesquisa científica e tecnológica, contemplando a formação de recursos humanos pós-graduados e, de forma complementar, em nível de graduação.
Itens financiáveis e modalidades de apoio
São financiáveis os seguintes itens:
bolsa, com prazo de implementação e duração vinculados ao de vigência do projeto, nas modalidades constantes do edital;
passagens aéreas, adquiridas na classe econômica e tarifa promocional, para missões de estudos e de pesquisa, no Brasil ou no exterior, e de docência no país para pesquisadores qualificados;
diárias para missões de pesquisa e docência, conforme legislação vigente;
despesas de custeio relacionadas às atividades do projeto.
Data limite para apresentação na capes:
17 de agosto de 2009
Documentos relacionados:
Publicação na WEB Nome do documento Formatos disponíveis
02/07/2009 Edital Programa Ciências do Mar
DOC
267kb
PDF
60kb
SXW
59kb

sábado, 27 de junho de 2009

Por um domingão contra o Faustão!



Para quem tem acesso a TV Futura, domingo 14h.

http://www.futura.org.br/main.asp?View={D2EF690E-49AB-498F-9011-7957E4D9F702}&Team=¶ms=itemID={E2599E8C-22EE-4A81-8F97-B5AC5219366F}%3B&UIPartUID={D90F22DB-05D4-4644-A8F2-FAD4803C8898}


Novos desoprimidos: Paulo Freire no Globo Ciência


Por: Alexandre Henderson*

O episódio desta semana do Globo Ciência homenageia um dos mais respeitados educadores brasileiros: Paulo Freire. Recife, cidade natal do nosso homenageado, foi nossa primeira parada. Locação: Centro Cultural Dona Olegarinha, prédio que faz parte da história da cidade. Lá morou Dona Olegarinha, conhecida como a "mãe dos pobres", que era casada com o abolicionista José Mariano. Os dois entraram na história pernambucana por ajudarem na fuga de escravos. Neste mesmo prédio, Paulo Freire aplicou pela primeira vez um novo método de alfabetização, que ultrapassava o mero ato de ensinar a ler e a escrever. A pedagogia freiriana promovia também a cidadania e a transformação social.

De Recife seguimos para Curvelo, uma cidade no norte de Minas Gerais. Vimos na prática como a pedagogia de Freire poder ser aplicada. Quem nos recebeu foi Tião Rocha, criador do Centro Popular de Cultura de Desenvolvimento, o CPCD. Nosso entrevistado se definiu como: "antrópólogo por formação, educador popular por opção política, folclorista por necessidade, mineiro por sorte e atleticano por sina". Na gravação, rolou até um jogral na hora de definí-lo. Tião é uma figura extremamente simpática e um apaixonado por educação.

Paixão pela educação

A história dele é bem interessante do ponto de vista da escolha profissional que fez. Ele era professor concursado de Universidade Federal, um funcionário público estável. Abandonou o mundo acadêmico para ser educador. Ele se cansou do universo tradicional da sala de aula com giz, apagador, quadro negro, onde o professor ensina em todos os semestres sistematicamente o mesmo conteúdo. E a troca do aprender é quase sempre unilateral.

Por que Curvelo? Ele cita a frase de Guimarães Rosa "Curvelo é a cidade capital da minha literatura". Tião, um apaixonado pela obra e personagens de Rosa, decide visitar a cidade e investigar personagens a que o autor fazia referências. Mergulhou "in loco" no universo literário e achou um terreno fértil para começar uma nova proposta de educação. Daí surgiu o CPCD. Ele e um grupo de professores se reuniram diversas vezes e discutiram o que a escola não deveria ser, ou seja, ao invés de discutir o que se queria, elencaram o que não se queria. Que escola não queremos? Essa era a pergunta que cada um fazia a si mesmo.

Ao invés de utilizar verbos no infinitivo, listando objetivos como: promover, fazer, realizar, atuar, decidir, dentre ouras formas verbais, o projeto foi concebido com não-objetivos. Por exemplo, a escola tradicional encara a criança como uma página em branco pronta para ser escrita. Já Tião acredita que, mesmo os poucos anos de vida de uma criança, já trazem inscrições de uma vida vivida. Sem contar que num universo escolar, há sempre crianças que têm páginas profundamente tingidas.

A roda é uma figura geométrica de ordem no CPCD, embora a ordem e o dever sejam menos importantes do que o prazer. Tudo começa com o círculo, onde todos se vêem e se escutam. O projeto é dividido de acordo com a faixa etária. O "Sementinha" contempla crianças de 4 a 6 anos. A educação se dá através de brinquedos e bornais de jogos, que são espécies de maletas, contendo um jogo pedagógico em cada uma delas. Tião chama de "pedagogia do brinquedo".

Novo olhar pedagógico

Dos 7 aos 15 anos, a criança é encaminhada ao projeto "Ser criança" que tem jogos pedagógicos, mas adaptados para a faixa etária. Tião nos contou que um menino tinha muita dificuldade em realizar operações matemáticas. Não estava tirando boas notas na escola convencional, entretanto, no projeto, era um 'expert' em um jogo chamado damática, que envolvia dama e matemática. Os educadores perceberam que o jogo, que ele executava tão bem, poderia ser um aliado para que aprendesse matemática. E foi o aprendizado através do jogo que o fez se recuperar na disciplina e o levou à aprovação no final do período letivo.

Cabe frisar que o CPCD não visa a substituição da escola formal, mas propõe um novo olhar pedagógico. O mais interessante nessa história é que o aluno levou o jogo para a escola tradicional e compartilhou com a professora e com os colegas um jeito bacana de aprender a fazer operações e a brincadeira passou a fazer parte do processo de aprendizagem. Ou seja, a professora aprendeu com o aluno um novo jeito de ensinar a fazer cálculos. E o aluno abriu portas do projeto para a escola, propiciando esse intercâmbio.

A última etapa do projeto são as "fabriquetas", que oferecem oficinas de pintura, de cartonagem, doces, madeira, ferro e bordados. Elas propiciam não só o aprendizado, mas também a geração de renda. Já existe, inclusive, a Cooperativa "Dedo de gente" , onde os próprios alunos comercializam seus produtos. E se não há lucro proveniente da venda para uma oficina e ela está no vermelho, as que estão no azul cobrem o prejuízo: são unidades de economia solidária.

Toda a terra utilizada na agricultura é tratada só com humus, sem nenhum agrotóxico. A alimentação também é outro ponto interessante nesse projeto, com a cozinha experimental, onde os produtos colhidos são testados pelas crianças, que criam delícias como biscoitos, sucos e até pratos diferenciados como o bolo de beterraba e de alface que passaram a ser adotados no cardápio diário.

As sementes deram frutos. De Curvelo, esse projeto já se expandiu para outras cidades brasileiras, como Santo André e Belo Horizonte. E o "Ser criança" é hoje política pública, com adoção até mesmo em outros países, como Moçambique. Mais informações em www.cpcd.org.br

Mais do que soletrar

De Curvelo fomos para São Paulo para um bate-papo foi com Nita Freire (foto à direita), esposa de Paulo Freire, nosso homenageado, que nos recebeu em sua residência. Nita se emocionou ao falar de Paulo Freire, lembrando momentos que marcaram o convívio entre os dois. Falou do amor dele pela educação, por Recife, pelas plantas, pelos animais e pelo bicho-homem. Ela é doutora em educação pela PUC -SP e apontou "Pedagogia da autonomia" como a obra que sintetiza o pensamento de Freire. Ela não chama de "método freiriano", mas diz que Freire criou uma certa "compreensão ético-crítico-política de educação."

"Em vez de mera repetição de sílabas, ler o mundo através das palavras." dizia Freire. Ele acreditava que alfabetizar era também fomentar, através das palavras, discussões acerca do mundo e do momento social- histórico-político. As palavras deveriam, portanto, fazer parte do universo de quem aprendia. Como o objetivo era a alfabetização de jovens e, sobretudo, adultos, palavras como salário e trabalho, por exemplo, iam para a sala de aula.

Para além de aprender a separar sílabas, o importante era contextualizar a palavra "salário" em seus vários aspectos, seja econômico, seja social, histórico e político. Moacir Gadotti, doutor em educação e diretor do Instituto Paulo Freire, nosso entrevistado, explicou que o conhecimento deve ser construído com sentido, com contextualização. Ler o mundo, ou seja investigar o mundo. Depois compartilhá-lo ou tematizá-lo e por fim, transformar o mundo, através de problematizações.

Como última etapa, a equipe foi à Universidade do Estado do RJ, a UERJ. Lá conversamos com a doutora em Educação Eloísa Da Silva Gomes de Oliveira, que citou como projetos de educação em massa mais bem sucedidos no Brasil o "De pé no chão", entre 1961 e 1963, o Mobral, em 1971 e o Salto para o Futuro, que foi o precursor da educação à distância e teve início em 1991.

Eloísa destacou o plano nacional de formação de professores, aprovado recentemente. (Mais informações no portal do MEC) e apontou a tecnologia da informação como sendo a grande tendência hoje, incluíndo a educação à distância. O curso de pedagogia da UERJ, por exemplo, é semi-presencial e considerado um dos melhores do país.

O Brasil ainda tem cerca de 14 milhões de jovens e adultos analfabetos, número que pode ser reduzido, segundo a educadora, se houver mais investimento em políticas públicas, maior disponibilidade de vagas, melhores condições de vida da população e inovação pedagógica constante.

*Alexandre Henderson é apresentador do Globo Ciência.

Informe sobre o projeto de Extensão:
Desde o começo do ano fizemos uma chuva de idéias com todos os temas que queremos trabalhar de forma interdisciplinar.
E não é pouca coisa! Então reconhecemos que nos falta metodologia e compreender mais sobre o ato de educar . Na última reunião ficou indicado para que todos nos dedicássemos a leituras sobre pedagogia durante as férias. Paulo Freire foi um dos indicados. Em agosto, as reuniões voltarão a ser semanais. Cada semana uma pessoa será responsável por facilitar a reunião, socializando os principais pontos que o livro estudado trabalhava. Quem se sentir desoprimido para participar, sinta-se acolhido! Saudações Catôtá


Globo Ciência vai ao ar domingo, às 14h.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Seminário sobre VIDA MARINHA ganha força em Santos

Seminário sobre VIDA MARINHA ganha força em Santos



Ocupando 70% da superfície terrestre, os oceanos ganharam uma força a mais na luta pela preservação de seu ecossistema. A iniciativa começou no ano passado, e na última sexta-feira, dia 19 de junho, foi encerrado o "2º Meeting VIDA MARINHA - Desenvolvimento e Preservação dos Mares", realizado no Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini - Concais, no Porto de Santos (SP). A programação teve início no dia 15, com exibição no cine Roxy, de quatro documentários do renomado mergulhador Lawrence Wahba, e nos dias 18 e 19, mais de 400 pessoas compareceram ao Meeting.



20.06.2009 | Meeting VIDA MARINHA repete sucesso em Santos



O "Meeting VIDA MARINHA - Desenvolvimento e Preservação dos Mares", encerrado na última sexta-feira (19/06), no Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini - Concais, no Porto de Santos (SP), abordou temas que certamente influenciarão positivamente o mundo submerso, consequentemente, melhorando a qualidade de vida como um todo. Para esta segunda edição, cerca de 700 pessoas se inscreveram mostrando que a iniciativa da TV Tribuna, afiliada Rede Globo na Baixada Santista e Vale do Ribeira, em debater o tema é uma das preocupações atuais.



18.06.2009 | Meeting VIDA MARINHA alerta para a preservação dos mares



"Precisamos cuidar para que a nossa Amazônia Azul não vire um rio Tietê". Foi com essa comparação que o senador Aloizio Mercadante (PT/SP) chamou atenção do público presente nesta quinta-feira (18/06) na abertura do 2º "Meeting VIDA MARINHA - Desenvolvimento e Preservação dos Mares", que acontece até amanhã (19), no Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini - Concais, no Porto de Santos (SP). Cerca de 380 pessoas acompanharam os compromissos de autoridades para o desenvolvimento de uma política pública e cuidados com o litoral paulista e brasileiro.



17.06.2009 | Meeting VIDA MARINHA discute impactos ambientais causado com a água de lastro



Começa nesta quinta-feira, dia 18 de junho, o 2º "Meeting VIDA MARINHA - Desenvolvimento e Preservação dos Mares". A cerimônia de abertura acontece às 14 horas, no Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini - Concais, no Porto de Santos (SP). O seminário reúne até sexta-feira (19) especialistas no assunto para discutir políticas de preservação do ambiente marinho e é aberto ao público, com entrada franca.



17.06.2009 | "O Atol Esquecido" desvenda mistérios do único atol no Atlântico Sul



O Atol das Rocas é uma ilha cheia de beleza e desconhecida pela maioria dos brasileiros. Quem compareceu na manhã desta quarta-feira (17/06) no Cine Roxy, em Santos (SP), pôde conferir de "perto" as maravilhas deste lugar com a exibição do documentário "O Atol Esquecido".



16.06.2009 | Meeting VIDA MARINHA realiza sua segunda edição em Santos



Reunir especialistas para discutir políticas de preservação do ambiente marinho. Este é o principal objetivo do "Meeting VIDA MARINHA - Desenvolvimento e Preservação dos Mares", que acontece nos dias 18 e 19 de junho, no Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini - Concais, no Porto de Santos (SP). O evento, que chega à sua segunda edição, promete atrair estudantes e profissionais das áreas de Biologia Marinha, Oceanografia e Engenharia Ambiental, representantes de ONG's em prol da natureza e autoridades.



16.06.2009 | Ataque de tubarões foi tema na Mostra VIDA MARINHA



Uma visão diferente sobre os tubarões foi apresentada na manhã desta terça-feira (16/06) com a exibição do documentário "Rebelião de Tubarões", no Cine Roxy, em Santos (SP). O filme faz parte da "Mostra VIDA MARINHA de documentários sobre o mar", que acontece até quinta-feira (18), às 10 horas da manhã, com entrada gratuita.



15.06.2009 | "Oásis do Atlântico" abre mostra de documentários sobre o mar



As mais remotas ilhas oceânicas do Brasil foram desbravadas por estudantes e curiosos que compareceram no Cine Roxy nesta manhã de segunda-feira (15/6). O documentário "Oásis do Atlântico" abriu com sucesso a "Mostra Vida Marinha de documentários sobre o mar", que acontece até quinta-feira (18), em Santos (SP). Os filmes são exibidos às 10 da manhã, seguidos por palestras com especialistas da área marinha. A entrada é gratuita.



13.06.2009 | "Mostra Vida Marinha de documentários sobre o mar" reúne especialistas em Santos



A partir desta segunda-feira, dia 15 de junho, às 10 horas e com entrada gratuita, o Cine Roxy de Santos convida a todos para mergulhar fundo nos sete mares do planeta e conhecer de perto as maravilhas do oceano. A "Mostra Vida Marinha de documentários sobre o mar" apresenta, até o dia 18 (quinta-feira), as quatro melhores produções do mergulhador e cinegrafista submarino, Lawrence Wahba.



10.06.2009 | Mostra Vida Marinha acontece em Santos



Acompanhar de perto o renomado mergulhador Lawrence Wahba, em expedição pelos oceanos ao redor do planeta, desvendando os mistérios do fundo do mar e conhecendo as mais diversas espécies marinhas. Esta é a proposta da "Mostra Vida Marinha de documentários sobre o mar" que acontece de 15 à 18 de junho, às 10 horas, no Cine Roxy, em Santos (SP). Serão quatro dias de exibições gratuitas sobre o oceano.










Nota: Este E-mail não poderá ser considerado SPAM quando inclua uma forma de ser removido. Portanto, se você não quer fazer parte deste grupo de mensagem, bastar retornar este e-mail com o assunto: RETIRAR, que estaremos automaticamente excluindo o seu e-mail desta lista. Caso esteja recebendo em outros e-mails o mesmo assunto, informa-nos os e-mails repetidos a serem excluídos.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

UNEP/IOC Guidelines on Survey and Monitoring of Marine Litter (2009)

http://www.unep.org/regionalseas/marinelitter/publications/docs/Marine_Litter_Survey_and_Monitoring_Guidelines.pdf

terça-feira, 16 de junho de 2009

Lançamento de Livro

Olá pessoal,

É com grande satisfação que anuncio o lançamento do livro o qual sou um dos organizadores.

http://www.ivt-rj.net/ivt/bibli/Livro%20TBC.pdf

Esta é uma versão digital que deixo disponível para vocês mas que também estará disponível no site do Ministério do Turismo.

O Lançamento oficial será dia 03 de julho no Anhembi, durante o Salão do Turismo, aás 20:00.
Abraço

Davis

sábado, 13 de junho de 2009

Picasa VI turma!

Boa tarde, pessoal.
Criei um álbum no Picasa para colocarmos nossas fotos.
Já postei fotos da viagem, minhas e do Felipe.
Para quem quiser postar:
www.picasaweb.google.com
Login: sextaturmaclp@gmail.com
Senha: neguinha

Bom fim de semana.

Carol Toledo

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Descobri que tem um programa de televisão muito interessante na TV cultura. Trata sobre sustentabilidade, um tema que passeia frequentemente pelas nossas aulas de educação ambiental. Sustentabilidade, acredito que seja a etapa final de um processo de educacional. E tal processo pode ser considerado justamente na exibição de um programa deste gênero.
ECO PRATICO.
O link a seguir possui videos com os episódios, material que foi utilizado no programa, dicas ecológicas e horário de exibição.

http://www.ecopratico.com.br/index.php

E queria comentar aqui, rapidinho, as discussões que tivemos na estudo de campo.
Primeiramente, repito que muitas questões expostas pelo professor não faziam parte do meu conhecimento. O que é bom. E não chegarei a uma resposta a elas. Gostei muito de explorar o real intuito da criação de um parque estadual e a variação de acessiblidade a áreas preservadas. Na discussão noturna que divemos sobre uso público, turismo, ecoturismo, acesso a portadores de necessidades especiais, idosos e crianças achei confortável aceitar que pessoas possuem limitações e que isso deva ser aceito. No entanto, se assume-se que uma área é de uso público que seja pra todos. E isso implica em criar infraestrutura pra receber o público em geral modificando altamente as condições naturais do lugar. E aí? Vale a pena então? Ainda estou pensando nisso.
Também passei a me questionar sobre programas educacionais. Mas aí já abrange toda a disciplina e não só a saída de campo.

Até mais.
Luna G Fernandes
Programa de Educação Ambiental na Trilha


Valdemir Antonio Rodrigues

Docente do Departamento de Ciências Florestais da Faculdade de Ciências Agronômicas do Câmpus de Botucatu - SP.

e-mail: valdemirrodrigues@fca.unesp.br



O projeto trilha foi a alavanca inicial que permitiu reunir um grupo de educação ambiental denominado "GEA" composto por um professor e quatro estudantes que implantaram uma trilha no interior da floresta, para o desenvolvimento de um programa de educação ambiental, com os estudantes dos colégios de 1º e 2º graus de Botucatu-SP.

A iniciativa do projeto surgiu durante a realização do I Curso de Educação Ambiental em 24 de abril de 1998 com a presença de 350 professores da região de Botucatu, onde foram proferidas sete palestras no sentido de conscientizar os professores, da necessidade de levar aos estudantes uma reflexão sobre a temática ambiental, e posteriormente a uma aula prática na trilha.

A trilha foi implantada na Fazenda Lageado da Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP de Botucatu, SP. O ambiente é caracterizado por uma mistura de floresta natural, mata ciliar e remanescentes de eucalypus plantados em meados de 1900, que se encontram em estado avançado de regeneração da floresta natural com árvores nativas exuberantes.

A trilha possui um percurso de aproximadamente 2.500 metros, passando em locais de relevância para a Educação Ambiental. Ao longo do percurso nos locais mais apropriados existem painéis interpretativos sobre as relações ambientais, que foram destacados para a discussão, dentro as quais pode-se destacar: importância da mata ciliar; sucessão ecológica; gênese do solo; gênese dos rios; fixação e nutrição das plantas; cadeia alimentar, decomposição de material orgânico e inorgânico e etc. As principais árvores foram identificadas ao longo da trilha, tais como: pau-jacaré, canelinha, paineira, embaúba, guapuruvú, palmito, eucalipto, entre outras que foram plantadas como a seringueira. Os temários ligados a fauna, ao solo, clima, biodiversidade, cadeia alimentar, fotossíntese, desmatamento, incêndios e ciclo hidrológico;

A educação ambiental começa dentro de nós, é o despertar da consciência do homem que seu ambiente está em desarmonia. A educação ambiental das crianças e jovens é uma das ferramentas indispensáveis no processo de conscientização da sociedade. O programa de educação ambiental na trilha está inserido na temática ambiental de interpretação dos elementos da natureza. Este fomenta o ensino, pesquisa e extensão universitária, visando a conscientização dos jovens para a preservação dos recursos naturais, geração de um efeito multiplicador de conscientização e proteção da Biosfera.

A aprovação do projeto pela PROEX, a concessão de bolsas para os estudantes e o incentivo do professor aos monitores, foram os principais elementos favoráveis a implantação e desenvolvimento do programa, bem como a participação de centenas de estudantes que já passaram na trilha em uma aula inesquecível de educação ambiental. A falta de bolsas para os monitores e um microônibus, ou um veículo adequado para o transporte de estudantes até o local, limitam a realização do programa.

O coordenador do projeto Prof. Valdemir Antonio Rodrigues juntamente com os estudantes de Engenharia Florestal: Maria Augusta M. P. Godoy, Marcelo P. Moreira, Gabriela V. Ferrari, Marcelo Z. Hildebrand, integram o grupo de educação ambiental e desenvolvem o programa, com dedicação e motivação por poderem contribuir com a formação de jovens cidadãos com consciência da importância da conservação dos recursos naturais, da manutenção da biodiversidade e assegurar às futuras gerações um ambiente sustentável.

O ambiente da trilha ficou agradável e propício para promover o reencontro das pessoas com a natureza. Os professores e estudantes com entusiasmo e altruísmo pela construção do bem comum, acreditam que os programas criativos desenvolvidos nas escolas, e posteriormente vivenciados na trilha, formam um processo interativo de aprendizagem, sendo portanto, ferramentas indispensáveis para a conscientização ambiental da sociedade a médio prazo.

Os professores da rede pública municipal e estadual com suas respectivas turmas de estudantes, agendam a data da visita com o "GEA" implementando assim a aula de educação ambiental na trilha. Durante as duas horas de trilha, merece destaque a alegria, curiosidade e satisfação dos estudantes em pleno passeio na floresta, caminham no sub-bosque acompanhado do canto dos pássaros ao lado da biodiversidade vegetal e animal. Neste momento os cinco sentidos ficam em plena atividade e os estudantes sentem-se integrados à natureza. No final da visita os monitores aplicam um questionário quantitativo e qualitativo sobre a temática ambiental.

O programa de educação ambiental na trilha superou as expectativas com uma participação efetiva dos estudantes durante o passeio recreativo na floresta. Esta experiência foi marcante para os jovens estudantes nesta faixa etária dos 9 aos 17 anos, onde foi lançada a semente da conscientização ambiental, que após germinada, surgirão novos frutos com efeitos multiplicadores de conscientização ambiental para toda a sociedade. O jovem que teve esta oportunidade de conhecer um novo modelo de aula ao ar livre em plena floresta, crescerá com uma visão holística do ambiente, podendo projetar uma melhor qualidade de vida à sua comunidade.



Equipe envolvida: Valdemir Antonio Rodrigues, professor do Curso de Engenharia Florestal DCF / FCA / UNESP/ BOTUCATU - SP; Maria Augusta M. P Godoy, Marcelo Paustein Moreira, Gabriela Victório Ferrari e Marcelo Zamboni Hildebrand, estudantes do Curso de Engenharia Florestal DCF / FCA / UNESP/ BOTUCATU - SP.

Fabi

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Equipe de Estudo e Educação Ambiental

Achei esse site durante uma pesquisa, e acredito ser bastante interessante, tem muita referencia, podem ajudar nos seminarios ou nas questões, deem uma olhada!

http://www2.uefs.br/eea/posgraduacao/posgraduacao_ementas_e_bibliografia.htm

Luana

Algumas fotos!

Olá galera!
Postei algumas fotos da saída no meu orkut, mas já vou avisando que não são todas e tem mais fotos da galera do que dos lugares...

Os links estão aqui:
http://www.orkut.com.br/Main#Album.aspx?uid=9093351294050294934&aid=1242407684

http://www.orkut.com.br/Main#Album.aspx?uid=9093351294050294934&aid=1224418593

Beijo a todos e bom feriado!
Ema

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Jovens levam educação ambiental para comunidade por meio do rádio

or Vivian Lobato, do Aprendiz


Sábado, 6 de junho, 8h30 da manhã. Os estudantes da Escola Rural São Francisco, da cidade de Luís Eduardo Magalhães (BA), localizada a cerca de 950 quilômetros de Salvador, estavam ansiosos ouvindo a Rádio Cultura FM. Eles aguardavam a estreia do programa Alô Cerrado, no qual participaram como locutores, âncoras e repórteres, além de terem realizado as pesquisas e produzido as reportagens.

“O dia de estreia do programa não foi à toa. A data foi escolhida para comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado no dia 5 de junho, pois o maior objetivo do programa é ser uma ferramenta de educação ambiental para a comunidade”, explica a coordenadora de Educação Ambiental do Parque Fioravante Galvani, instituição parceira do projeto, Márcia Xavier.

O programa será transmitido mensalmente, sempre no primeiro sábado de cada mês, com duração de meia hora, das 8h30 às 9h. O tema escolhido será variado, mas sempre terá como pano de fundo a preservação do meio ambiente e os problemas ambientais enfrentados pela comunidade.

O Alô Cerrado é uma parceria da Rádio Cultura FM de Luís Eduardo Magalhães (BA) com o Núcleo de Educação Ambiental (NEA) do Parque Fioravante Galvani, projeto do Instituto Lina Galvani acesse o site no http://www.linagalvani.org.br/index.htm.

“Não existia nenhum veículo de comunicação que levasse essas informações para a comunidade. Pensamos na Rádio Cultura FM, pois ela atinge toda a região e é a principal mídia da cidade”, ressalta a diretora executiva do Instituto Lina Galvani, Mariângela Pinheiro.

De acordo com Mariângela, antes de gravarem, os estudantes pesquisam sobre o tema e visitam a Rádio Cultura, para conhecerem a dinâmica do trabalho, os equipamentos e receberem uma formação dos radialistas.

O programa é aberto para todas as idades. No Alô Cerrado de estreia participaram 22 alunos do Ensino Fundamental II da Escola Rural São Francisco. Neste ano, além da Escola Rural São Francisco, participará também das produções e gravações a Escola São Paulo.

No mês que vem, os alunos da Escola São Paulo assumem o programa e o tema será água. Biodiversidade e queimadas, fato recorrente na região do cerrado, também serão discussões futuras do Alô Cerrado.


(Envolverde/Aprendiz)

Trabalho de Campo ao Núcleo Picinguaba

Olá Pessoal,

No último final de semana fizemos um trabalho de campo ao Núcleo Picinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar em Ubatuba.

Tivemos os seguintes objetivos:

a) Observação, identificação e interpretação de unidades de paisagem em diversas escalas
b) Observação e identificação de elementos do meio físico e biótico
c) Observação das formas de uso e ocupação do solo
d) Observação, registro e interpretação de impactos observados
e) Observação, registro e interpretação de respostas educativas adotadas oferecidas pelo parque
f) Identificação de problema passível de ação educativa definido-se:
• Problema
• Público alvo
• Estratégia educativa

Gostaria que receber no Blog contribuições como comentários e fotos de atividades.
Davis

Crescimento qualitativo

rescimento qualitativo

Por Fritjof Capra e Hazel Henderson*


A atual recessão global tem dominado os noticiários desde o começo do ano. Todos os dias ouvimos falar sobre pessoas comprando menos carros, fábricas que produziam utilitários esportivos e veículos de passeio sendo fechadas, o consumo de óleo (e, com isso, também o preço do óleo) diminuindo dramaticamente, varejistas reclamando sobre consumidores gastando menos dinheiro em artigos de luxo e assim por diante. Do ponto de vista ecológico, todas essas notícias são boas já que o contínuo crescimento do consumo de tais materiais, num planeta finito, só pode levar à catástrofe. Porém, isso também nos apresenta um contraditório “paradoxo da economia”. Por exemplo, o pacote de estímulo de $787 bilhões do presidente [dos Estados Unidos] Barack Obama foi concebido para aumentar os níveis de consumo, tanto no setor público como no privado, enquanto as crescentes poupanças também apresentam déficits.

Ao mesmo tempo, ouvimos, dia após dia, sobre as empresas que responderam à diminuição das vendas com redução de pessoal e não com a redução de seus lucros ou assumindo suas perdas. Assim, cada diminuição do consumo exagerado de materiais, o que é bom ecologicamente, resulta em sofrimento humano com o crescente aumento do desemprego. Ao mesmo tempo, mais de 2 bilhões de pessoas que não consomem em excesso sofrem ainda mais com o crescimento da economia convencional, livre comércio e com a globalização.

Parece que nosso maior desafio é descobrir como mudar de um sistema econômico baseado na noção de crescimento ilimitado para um que seja ecologicamente sustentável e socialmente justo. “Não crescer” não é a resposta. O crescimento é uma característica central de toda a vida; uma sociedade ou economia que não cresce, mais cedo ou mais tarde, morrerá. O crescimento na natureza, porém, não é linear e ilimitado. Enquanto certas partes de organismos ou ecossistemas crescem, outros declinam, liberando e reciclando seus componentes que serão as fontes para um novo crescimento.

Nesse artigo, queremos definir e descrever esse tipo de crescimento equilibrado, de múltiplas faces, bem conhecido dos biólogos e ecologistas e aplicar esses princípios à economia e, em particular, à atual crise econômica. Propomos o uso do termo “crescimento qualitativo” para esse propósito, em contraste com o conceito de crescimento quantitativo usado pelos economistas.

A prática dos economistas de equacionar o crescimento com “progresso” social tem sido bastante criticada por ambientalistas, ecologistas e por grupos de direitos civis que se dedicam à justiça social. Foi, pela primeira vez, grandemente contestada durante a segunda Cúpula da Terra, organizada pelas Nações Unidas, no Rio de Janeiro, em 1992. Mais de 170 governantes concordaram em corrigir a visão quantitativa de crescimento dos economistas. Esses desafios foram ignorados até muito recentemente, já que incluíam exigências difíceis de serem cumpridas por empresas e órgãos governamentais, como a inclusão dessas demandas em suas folhas de balanço e custos ambientais, que eles rotineiramente “externalizavam” para os contribuintes, meio ambiente e futuras gerações. A preocupação com as mudanças climáticas globais e com a poluição hoje se concentra na “internalização” desses custos, também contabilmente, como contas nacionais.

Produto Interno Bruto (PIB)

A maioria dos economistas ainda avalia a riqueza de um país por seu PIB, onde todas as atividades econômicas associadas com valores monetários são adicionadas indiscriminadamente enquanto os aspectos não monetários da economia são ignorados. Os custos sociais, como os relacionados com acidentes, guerras, litígios e saúde pública, são adicionados como contribuições positivas ao PIB e o crescimento não diferenciado desse índice quantitativo bruto é considerado como sinal de uma economia “saudável”. A idéia que o crescimento pode ser um obstáculo, não saudável ou até patológico é raramente considerada pelos economistas, embora eles estejam sendo criticados por décadas a fio.

A meta da maioria das economias nacionais é a de atingir o crescimento ilimitado de seu PIB através do acúmulo contínuo de mercadorias e da expansão de seus serviços. A expansão excessiva dos serviços financeiros, em particular, é um parasita para a economia real e acabou a levando para o atual colapso. Já que as necessidades humanas são finitas, mas a ganância não o é, o crescimento econômico pode, geralmente, ser mantido através da criação artificial de necessidades, com o uso da propaganda. As mercadorias que são produzidas e vendidas dessa maneira são, freqüentemente, desnecessárias e, portanto, essencialmente um desperdício. Ainda, a poluição e a sangria de recursos naturais, geradas por esse enorme desperdício em bens desnecessários são exacerbadas pelo desperdício de energia e matérias primas em processos de produção ineficientes.

O reconhecimento desse erro no conceito convencional de crescimento econômico, que nos foi apontado lá em 1971 é o primeiro passo essencial para a superação da crise econômica atual.1 A ativista de mudanças sociais Frances Moore Lappé adiciona, “Já que o que chamamos de ‘crescimento’ é em grande parte um desperdício, vamos nomeá-lo assim! Vamos chamar de economia do desperdício e destruição. Vamos definir como crescimento aquilo que aprimora a vida - como geração e regeneração - e declarar que é disso que o nosso planeta mais precisa.”2 Essa noção de “crescimento que aprimora a vida” é o que queremos dizer com crescimento qualitativo - um crescimento que aprimora a qualidade de vida. Em organismos vivos, ecossistemas e sociedades, o crescimento qualitativo consiste em um aumento da complexidade, sofisticação e maturidade.

Para obter um total entendimento dos conceitos de crescimento quantitativo e qualitativo será útil fazer uma breve revisão dos papéis exercidos por quantidades e qualidades ao longo da história da ciência ocidental.

Quantidades e Qualidades na Ciência Ocidental

No despertar da ciência moderna, na Renascença, Leonardo da Vinci declarou que o pintor, “com filosófica e sutil especulação, considera todas as qualidades das formas.”3 Ele insiste que a “arte,” ou habilidade de pintar, deve estar apoiada na “ciência” do pintor ou no seu profundo conhecimento, das formas vivas e por seu entendimento intelectual da natureza intrínseca dessas formas e dos princípios subjacentes.

A ciência de Leonardo, como a de Galileu, cem anos mais tarde, baseava-se na observação sistemática da natureza, raciocínio e matemática - a abordagem empírica conhecida hoje como método científico - mas seu conteúdo era bastante diferente da ciência mecanicista desenvolvida por Galileu, Descartes e Newton. Era uma ciência das formas orgânicas, de qualidades, padrões de organização e processos de transformação.4

No século XVII, Galileu postulou que, para ser efetivo na descrição matemática da natureza, os cientistas deveriam se restringir ao estudo das propriedades dos corpos materiais - formas, números e movimento - que poderiam ser mensuradas e quantificadas. Outras propriedades, como cor, som, gosto ou cheiro eram meramente projeções mentais subjetivas que deveriam ser excluídas do domínio da ciência.

A estratégia de Galileu, de direcionar a atenção dos cientistas para as propriedades quantificáveis da matéria, provou-se extremamente bem sucedida na física clássica, mas também provou-se um tributo pesado. Durante séculos, muito além de Galileu, o foco nas quantidades se estendeu do estudo da matéria para todos os fenômenos naturais e sociais, dentro da estrutura de visão mundial mecanicista da ciência cartesiana-newtoniana. Pela exclusão das cores, som, gosto, toque e cheiro - sem mencionar qualidades mais complexas como a beleza, saúde ou sensibilidade ética - a ênfase na quantificação fez com que os cientistas, por muitos séculos, não fossem capazes de entender muitas das propriedades essenciais da vida. No século XX, a estreita abordagem mecanicista e quantitativa resultou em uma grande confusão entre setores da biologia, psicologia e ciências sociais.5

Nas últimas três décadas, porém, presenciamos uma atenção renovada à qualidade. Durante essas décadas, um novo conceito sistêmico de vida emergiu para o front da ciência, que, na verdade, mostra grandes similaridades com as idéias de Leonardo, 500 anos atrás. Hoje, o universo não é mais visto como uma máquina composta por blocos de construção elementares. Nós descobrimos que o mundo material, em suma, é uma rede de padrões de relacionamentos inseparáveis; que o planeta é uma coisa só, um sistema vivo, auto-regulatório. A visão do corpo humano como uma máquina e da mente como uma entidade separada está sendo substituída por uma que não vê apenas o cérebro, mas também o sistema imunológico, os tecidos do corpo e mesmo cada célula como um sistema cognitivo vivo. A evolução não é mais vista como uma luta competitiva pela existência, mas como uma dança cooperativa onde a criatividade e o constante surgimento de inovações são forças motrizes. E com a nova ênfase em complexidade, redes e padrões de organização, uma nova ciência de qualidades está, lentamente, emergindo.6

A Natureza da Qualidade

O novo entendimento sistêmico da vida faz com que seja possível formular um conceito científico de qualidade. Na verdade, parecem existir dois significados diferentes do termo - um objetivo e outro subjetivo. No sentido objetivo, as qualidades de um sistema complexo referem-se às propriedades do sistema, que nenhuma de suas partes exibe. Quantidades, como massa e energia, falam sobre as propriedades das partes e a soma de todas elas é igual à propriedade correspondente do todo, e.g., a massa ou energia total. As qualidades, como o stress ou a saúde, por contraste, não podem ser expressas como a soma das propriedades das partes. As qualidades surgem de processos e padrões de relacionamentos entre as partes. Conseqüentemente, não podemos entender a natureza de sistemas complexos tais como organismos, ecossistemas, sociedades e economias se tentarmos descrevê-los puramente com termos quantitativos. As quantidades podem ser mensuradas; as qualidades precisam ser mapeadas.

Com a mudança do foco, de quantidades para qualidades, nas ciências da vida, também ocorreu uma mudança conceitual na matemática. De fato, isso começa na física, nos anos 60, com uma forte concentração na simetria, que é uma qualidade e foi se intensificando nas décadas subseqüentes, com o desenvolvimento da teoria da complexidade ou dinâmica não linear, que é uma matemática de padrões e relacionamentos. Os estranhos atratores da teoria do caos e os fractais da geometria fractal são padrões visuais que representam as qualidades de sistemas complexos.7

Na esfera humana, a noção de qualidade sempre parece incluir referências às experiências humanas, que são aspectos subjetivos. Por exemplo, a qualidade da saúde de uma pessoa pode ser avaliada em termos de fatores objetivos, mas inclui uma experiência subjetiva de bem-estar, como um elemento significativo. Similarmente, a qualidade de uma relação humana deriva grandemente de experiências mútuas subjetivas. A qualidade estética de uma obra de arte, como diz o ditado, está no olho de quem vê. Já que todas as qualidades surgem de processos e padrões de relacionamentos, incluirão necessariamente elementos subjetivos se esses processos e relacionamentos envolverem seres humanos.

Portanto, muitos dos novos indicadores do progresso de um país usam abordagens multidisciplinares e sistêmicas com métrica apropriada para a mensuração de muitos aspectos de qualidade de vida. Por exemplo, os Indicadores de Qualidade de Vida Calvert-Henderson avaliam doze desses aspectos e usam coeficientes monetários apenas onde apropriados, enquanto rejeitam a ferramenta macroeconômica convencional de agregar todos esses aspectos qualitativamente diferentes sob um único número, como o PIB.8

Crescimento e Desenvolvimento

As considerações anteriores sobre qualidades e quantidades podem ser aplicadas ao conceito de crescimento qualitativo e ao fenômeno de desenvolvimento, que está relacionado com crescimento. Note que “crescimento” e “desenvolvimento” são usados hoje com dois sentidos bastante diferentes - um qualitativo e outro quantitativo.

Para os biólogos, o desenvolvimento é uma propriedade fundamental da vida. De acordo com o novo entendimento sistêmico de vida, cada sistema vivo ocasionalmente encontra pontos de instabilidade onde ocorre uma ruptura ou, mais freqüentemente, uma emergência espontânea de novas formas de ordem. Essa emergência espontânea de inovação é um dos indicadores de qualidade da vida. Já foi reconhecido como a origem dinâmica do desenvolvimento, aprendizado e evolução. Em outras palavras, a criatividade - a geração de novas formas - é uma propriedade chave para todos os sistemas vivos. Isso significa que todos os sistemas vivos se desenvolvem; a vida continuamente tenta criar novidades.

O conceito biológico de desenvolvimento implica um sentido de desdobramento multifacetado; de organismos vivos, ecossistemas ou comunidades de seres humanos alcançando seus potenciais. Os economistas, em contraste, restringem o uso de “desenvolvimento” a uma única dimensão econômica, geralmente mensurada em termos de PIB per capita. A enorme diversidade da existência humana é comprimida nesse conceito quantitativo linear e, então, convertida em coeficientes monetários. O mundo inteiro, assim, é arbitrariamente categorizado como países “desenvolvidos,” “em desenvolvimento” e “menos desenvolvidos”. Os economistas reconhecem apenas o dinheiro e fluxos de caixa, ignorando qualquer outra forma de riqueza fundamental - todos os ativos ecológicos, sociais e culturais.

Parece que essa visão linear de desenvolvimento econômico, como usado pela maioria dos economistas e políticos, corresponde ao estreito conceito quantitativo de crescimento econômico, enquanto o senso de desenvolvimento biológico e ecológico corresponde à noção de crescimento qualitativo. Na verdade, o conceito biológico de desenvolvimento inclui tanto o crescimento quantitativo quanto o crescimento qualitativo.

Um organismo em desenvolvimento, ou ecossistema, cresce de acordo com seu estágio de desenvolvimento. Tipicamente, um organismo novo atravessará períodos de rápido crescimento físico. Em ecossistemas, a fase mais inicial de crescimento rápido é conhecida como um ecossistema pioneiro, caracterizado pela rápida expansão e colonização do território. O crescimento rápido é sempre seguido por um crescimento mais lento, pela maturação e, finalmente, pelo declínio ou decadência ou, em ecossistemas, pela, assim conhecida, sucessão. Na medida em que sistemas vivos amadurecem, seus processos de crescimento mudam de quantitativo para qualitativo.

Quando estudamos a natureza, podemos ver claramente que o crescimento quantitativo ilimitado, como promovido tão vigorosamente pelos economistas e políticos, é insustentável. Um bom exemplo é o rápido crescimento de células cancerosas, que não reconhecem fronteiras e não é sustentável já que as células cancerosas morrem quando o organismo hospedeiro morre. Similarmente, o crescimento econômico quantitativo ilimitado, em um planeta finito como o nosso, não pode ser sustentável.9 O crescimento econômico qualitativo, em contraste, pode ser sustentável se envolver a dinâmica de equilíbrio entre o crescimento, o declínio e a reciclagem, e se também incluir desenvolvimento em termos de aprendizado e amadurecimento.9a

A distinção entre crescimento econômico quantitativo e qualitativo também trás a tona o amplamente usado, mas problemático, conceito de “desenvolvimento sustentável.” Se “desenvolvimento” for usado no estreito senso econômico de hoje, associado com a noção de crescimento quantitativo ilimitado, tal desenvolvimento econômico nunca poderá ser sustentável e o termo “desenvolvimento sustentável” seria um oximoro. Se, porém, o processo de desenvolvimento for entendido como mais do que um processo puramente econômico, incluindo dimensões sociais, ecológicas e espirituais, e se for associado com crescimento econômico qualitativo, então, tal processo sistêmico multidimensional poderá ser, certamente, sustentável. Muitas pessoas no mundo dos negócios, governo e na sociedade civil usam hoje em dia o termo “sustentabilidade” para examinar essas questões, junto com centenas de novos programas acadêmicos e empresas de consultoria. Muito trabalho ainda precisa ser feito para definir “sustentabilidade” em todos esses contextos.

Crescimento Econômico Qualitativo e a Crise Global

Vamos voltar ao desafio que é o centro de nossa crise econômica global: como podemos transformar a economia global, partindo de um sistema que luta por crescimento quantitativo ilimitado, que é manifestamente insustentável, para um crescimento que seja ecologicamente condizente com a geração de trabalho, sem agravar ainda mais o desemprego?

O conceito de crescimento econômico qualitativo será uma ferramenta crucial para essa tarefa. Ao invés de avaliar o estado da economia em termos de PIB quantitativo bruto, precisamos distinguir entre o “bom” crescimento e o “mau” crescimento e, então, aumentar o primeiro, em detrimento do segundo, de maneira que recursos naturais e humanos não sejam comprometidos com processos de produção inúteis e inconsistentes e que possam ser libertados e reciclados como recursos para processos eficientes e sustentáveis. Um passo a frente nessa direção foi a conferência “Além do PIB”, no Parlamento Europeu, em novembro de 2007, que teve como ponta de lança a Comissão Européia junto com a World Wildlife Fund for Nature, a OECD, a EUROSTAT (Agência de Estatísticas da Europa) e o Club of Rome.10

Do ponto de vista ecológico, a distinção entre crescimento econômico “bom” e “mau” é óbvia. O mau crescimento de processos de produção e serviços são aqueles baseados em combustíveis fósseis, que envolvem substâncias tóxicas, esgotam os recursos naturais e degradam os ecossistemas da Terra. O bom crescimento é o crescimento de processos de produção e serviços mais eficientes, que envolvam energias renováveis, emissão zero de poluentes, reciclagem contínua de recursos naturais e restauração dos ecossistemas da Terra. As mudanças climáticas e outras manifestações de nossa crise ambiental global tornam imperativo fazer essa mudança, deixar de lado processos de produção destrutivos e partir para alternativas sustentáveis “verdes” ou “ecodesign”; e também é verdade que essas mesmas alternativas resolverão nossa crise econômica de uma maneira socialmente justa. Nós vemos políticas sistêmicas correspondentes na Iniciativa de uma Economia Verde, das Nações Unidas, lançada em dezembro de 2008, em Genebra, pelo Programa de Meio Ambiente da ONU, pela Organização Internacional do Trabalho e pelo Programa de Desenvolvimento da ONU, que foi devidamente assistido por um de nós.11 Outras iniciativas similares são o Green New Deal, na Grã Bretanha e o Global Marshall Plan para uma economia verde socialmente justa, na Alemanha.12

Em anos recentes, presenciamos um aumento dramático de práticas e projetos com design ecologicamente orientado, todos muito bem documentados.13 Eles incluem um renascimento mundial da agricultura orgânica; a organização de diferentes indústrias em blocos ecológicos, onde os resíduos de uma organização podem se transformar em recursos para outra; a mudança de uma economia produto-orientada para uma economia “servir-e-fluir”, onde as matérias primas e componentes técnicos giram continuamente entre fabricantes e usuários; edifícios concebidos para produzir mais energia do que usam, para não emitir resíduos e para monitorar seu próprio desempenho; carros híbridos que atingem a eficiência de combustível de 50 mpg ou mais; e um dramático aumento da eletricidade gerada pelos ventos, além das mais otimistas projeções. Na verdade, com o desenvolvimento de híbridos abastecidos em tomadas e fazendas de ventos, os carros do futuro poderão funcionar primariamente com energia eólica.

Essas tecnologias e projetos de ecodesign todos incorporam princípios básicos de ecologia e, portanto, oferecem algumas características chave em comum. Eles tendem a ser projetos de pequena escala, com muita diversidade, energia eficientes, não poluentes e voltados para a comunidade. E mais importante ainda, tendem a intensificar as possibilidades de trabalho, criando muitos empregos. Realmente, o potencial de criação de empregos, através de investimentos em tecnologias verdes, restauração de ecossistemas e re-concepção de nossa infra-instrutora é enorme - um fato que foi claramente reconhecido pelo presidente Obama que já começou, junto com o Congresso dos Estados Unidos, a transformar essas idéias em realidade, no American Recovery and Reinvestment Act de 2009.

Um mapa detalhado para a transição do crescimento quantitativo para o crescimento qualitativo e, assim, encontrar soluções para a crise global que são ecologicamente sustentáveis e socialmente justas, fica muito além do escopo desse artigo. Mas alguns passos que parecem ser muito importantes podem ser listados:

* Os modelos de crescimento qualitativo precisam ser formulados por equipes multidisciplinares, comparados e promovidos junto ao mundo dos negócios, governos e a mídia. Também, é preciso adotar novos conjuntos de indicadores sociais/ambientais mais amplos. Isso exigirá vontade política, pressão da opinião pública e educação da mídia - através de editores e jornalistas.

* Os sistemas de impostos precisam ser reestruturados pela redução dos encargos sobre o trabalho e o aumento dos impostos em várias atividades consideradas como ambientalmente destrutivas, de maneira a “internalizar” e incorporar todos esses custos nos preços oferecidos no mercado. Esses “impostos verdes” estão sendo adotados em muitos países. Eles devem incluir um imposto sobre a geração de carbono e imposto sobre a gasolina, que podem ser gradualmente introduzidos e contrabalanceados com reduções no imposto de renda e impostos na folha de pagamento. A substituição dos impostos, de imposto de renda e na folha de pagamento para taxação do desperdício, poluição e geração de carbono e uso de recursos não renováveis empurrará, gradualmente, tecnologias e padrões de consumo prejudiciais e perdulários para fora do mercado. Isso aumentará o valor de participação das empresas na produção de alternativas verdes.

* Além dessa substituição de impostos, as empresas precisam reavaliar seus processos de produção e seus serviços, para determinar quais são ecologicamente destrutivos e, assim, precisam ser gradualmente eliminados. Ao mesmo tempo, devem diversificar, em direção aos produtos e serviços verdes. Como novos protocolos contábeis sendo adotados, considerando integralmente fatores sociais, ambientais e fatores relacionados com governança (ESG), as empresas estão sendo direcionadas para esses produtos, serviços e práticas sustentáveis, por seus investidores - incluindo fundos mútuos de responsabilidade social, fundos de pensão, sindicatos, grupos civis e investidores individuais.14

* A reforma dos sistemas financeiros e monetários internacionais é agora premente. A Cúpula do G-20, em Londres, no dia 2 de abril de 2009, incluiu debates sobre como conter a alavancagem excessiva, regular os riscos assumidos e controlar pagamentos e bônus feitos; e como regular a especulação em mercados monetários ($3 trilhões movimentados diariamente) e derivativos de crédito ($683 trilhões agora negociados,15 comparados com o PIB global de apenas $65 trilhões). Essas novas regras precisam ser globais, através de contratos - a única maneira pela qual podem funcionar em nosso sistema financeiro globalizado.

* Todas essas reformas sempre envolverão mudanças de percepção, de uma orientação de produto para uma orientação de serviço e a “desmaterialização” das nossas economias produtivas. Por exemplo, uma montadora de automóveis deve conscientizar-se que não está necessariamente só no mercado de venda de carros, mas também no negócio de oferecer mobilidade, que também pode ser conseguida, dentre muitas outras coisas, pela fabricação de um número maior de ônibus e trens e pela re-concepção de nossas cidades. Similarmente, todos os países - e especialmente os Estados Unidos - devem perceber que o combate às mudanças climáticas é hoje a mais importante e mais urgente questão de segurança mundial. A Administração Obama deveria reduzir o orçamento do Pentágono, enquanto aumenta os fundos destinados à diplomacia e construção de uma nova economia “verde”.

* O indivíduo deverá alterar sua percepção e encontrar satisfação trocando o consumo material pelas relações humanas e construção de sua comunidade. Essa mudança de valores é hoje promovida pelos muitos grupos cívicos e também por séries de TV, como a conhecida “Mercado Ético.”16 Uma proposta de corte de créditos de impostos para propaganda corporativa procura reduzir a propaganda de maneira justa, sem prejudicar o direito da pessoa de se expressar livremente.17

Crescimento Qualitativo Além da Economia

Essa alteração de crescimento econômico quantitativo para crescimento econômico qualitativo criará novas indústrias e reduzirá o tamanho de outras, de acordo com critérios ambientais e sociais. Na medida em que a precificação de custo total, os custos do ciclo de vida, como também a auditoria social, ambiental e ética passarem a ser norma, veremos quais processos de produção devem ser aquecidos e quais devem ser gradualmente eliminados. Qualquer comprometimento sério, nessa empreitada, deixará evidente que os principais problemas de nosso tempo - energia, meio ambiente, mudanças climáticas, alimentos em quantidades suficientes e uma situação financeira segura - não podem ser entendidos isoladamente. Eles são problemas sistêmicos, o que significa que estão todos interconectados e são todos interdependentes.

Para mencionar apenas algumas dessas interdependências, a pressão demográfica e a pobreza formam um ciclo vicioso que, exacerbado pelas tecnologias capital-intensivas, levam ao esgotamento dos recursos - menos empregos, cada vez menos água, florestas encolhendo, a pesca entrando em colapso, a erosão do solo, bolsões de pobreza ainda maiores, etc. A economia crescimento do PIB é falha e exacerba as mudanças climáticas agravando tanto a exaustão dos recursos como a pobreza, levando até ao colapso dos estados, cujos governos não conseguem mais oferecer segurança para seus cidadãos. Sendo que alguns, por puro desespero, se voltam para o terrorismo.18

A interconectividade fundamental entre nossos principais problemas deixa claro que precisamos ir além da questão econômica para superar a atual crise financeira global. Por outro lado, tal entendimento sistêmico torna possível encontrar soluções sistêmicas - soluções que resolvam diversos problemas ao mesmo tempo. Por exemplo, a mudança da agricultura industrial de larga escala, que usa muitos produtos químicos para a agricultura orgânica, orientada para a comunidade e fazendas sustentáveis que contribuiriam significativamente para a solução de três dos nossos maiores problemas: dependência de energia, mudanças climáticas e crise na Saúde.19

Diversas soluções sistêmicas desse tipo foram recentemente desenvolvidas e testadas em todo o mundo.20 Com elas fica evidente que a mudança do crescimento quantitativo para um crescimento qualitativo, usando todos os novos indicadores de qualidade de vida e bem-estar, pode redirecionar países, de uma destruição ambiental para a sustentabilidade ecológica e do desemprego, pobreza e desperdício para a criação de postos de trabalho significativos e dignos. Essa transição global para a sustentabilidade não é mais um problema conceitual ou técnico. É uma questão de valores e vontade política.

* FRITJOF CAPRA, físico teórico, é diretor fundador do Center for Ecoliteracy (Centro de Educação Ecológica) in Berkeley, Califórnia. Autor das obras The Web of Life (A Teia da Vida), (1996) e The Hidden Connections (As Conexões Ocultas), (2002). Também é co-autor do livro EcoManagement (Eco-Gerenciamento), (1993) e co-editor de Steering Business Toward Sustainability ( Conduzindo os Negócios em Direção da Sustentabilidade), (1995).

* HAZEL HENDERSON, autora da obra Ethical Markets: Growing the Green Economy (Mercado Ético: Construindo a Economia Global), (2006) e co-criadora, no Calvert Group, dos Indicadores de Qualidade de Vida Calvert-Henderson, trabalhou no comitê organizacional da conferência “Além do PIB”, no Parlamento Europeu (2007). É líder mundial da plataforma Mercado Ético.
NOTAS

1 Hazel Henderson, “Ecologists versus Economists,” New York Times business section, October 24, 1971.

2 Frances Moore Lappé, “Liberation Ecology,” Resurgence (UK), January/February 2009.

3 Quoted in Fritjof Capra, The Science of Leonardo, Doubleday, 2007.

4 Veja ibid.

5 Veja Fritjof Capra, The Turning Point, Simon & Schuster, New York, 1982.

6 Veja Fritjof Capra, The Hidden Connections, Doubleday, New York, 2002.

7 Veja Fritjof Capra, The Web of Life, Anchor Books, New York, 1996.

8 Hazel Henderson, Jon Lickerman, and Patrice Flynn (eds.), Calvert-Henderson Quality of Life Indicators, Calvert Group, Maryland, 2000; Calvert-Henderson Quality of Life Indicators, updated regularly at www.calvert-henderson.com.

9 See, e.g., Herman Daly, Steady-State Economics, W.H. Freeman, New York, 1977; reprinted by Island Press, Washington, DC, 1991.

9a Hazel Henderson, “The Limits of Traditional Economics: New Models for Managing a Steady State Economy,” Financial Analysts Journal, May-June, 1973.

10 See proceedings at www.beyond-gdp.eu.

11 Hazel Henderson, “Re-Designing Money Systems to Reduce Greeenhouse Gases and Grow the Green Economy,” www.EthicalMarkets.com.

12 Towards a World in Balance, Global Marshall Plan Initiative, Hamburg, Germany, 2006; European Hope, Global Marshall Plan Initiative, Hamburg, Germany, 2006; see also Network of Spiritual Progressives (U.S.), “The Global Marshall Plan,” www.spiritualprogressives.org.

13 See, e.g., Paul Hawken, Amory Lovins, and Hunter Lovins, Natural Capitalism, Little Brown, New York, 1999; see also Fritjof Capra, ref. 6.

14 See Hazel Henderson, Ethical Markets: Growing the Green Economy, Chelsea Green, White River Junction, Vermont, 2006.

15 See Bank for International Settlements, Basel, Switzerland, December 2008.

16 Seen on PBS stations and at www.ethicalmarkets.tv.

17 See Hazel Henderson and Alan F. Kay, “The Truth in Advertising Assurance Set- Aside: A Proposal to Help Steer the U.S. Economy Toward Sustainability,” United Nations Human Development Report, UNDP, New York, 1998.

18 See Lester Brown, Plan B 3.0, Norton, New York, 2008, for detailed documentation of the fundamental interconnectedness of world problems.

19 See Michael Pollan, “Farmer in Chief,” New York Times Magazine, October 10, 2008; see also Michael Pollan, In Defense of Food, Penguin, 2008.

20 See Lester Brown, ref. 18.


(Envolverde/Mercado Ético)

Lançamento - Os diferentes matizes da educação ambiental no Brasil 1997-2007

O Livro poderá ser baixado clicando-se no link abaixo:

http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/dif_matizes.pdf

Davis

Por Marina Litvinsky, da IPS Washington, 09/06/2009 – O crescente problema do lixo marinho está afetando os oceanos e as praias do mundo, e as autori

Por Marina Litvinsky, da IPS

Washington, 09/06/2009 – O crescente problema do lixo marinho está afetando os oceanos e as praias do mundo, e as autoridades devem agir agora para resolver e prevenir uma degradação ambiental maior, alerta um informe divulgado ontem, Dia Mundial dos Oceanos. O novo estudo, “Lixo marinho: um desafio mundial”, foi elaborado em colaboração pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a organização Conservação Oceânica. É a primeira tentativa de studar o lixo existente nos 12 principais mares regionais. Os locais estudados foram: o Mediterrâneo, Atlântico Norte, Pacífico noroeste, Mar Vermelho, Golfo de Aden, os mares do sudeste asiático, Pacífico Sul e Caribe.

‘É um grande problema que se agrava’, disse a diretora do Escritório Regional do Pnuma para a América do Norte, Amy Fraenkel, ao apresentar o informe à imprensa. As conclusões do trabalho indicam que, apesar de vários esforços internacionais, regionais e nacionais para reverter a contaminação, alarmantes quantidades de lixo lançadas ao mar continuam pondo em risco a segurança e a saúde da população, ameaçando a flora e a fauna, danificando equipamentos náuticos e distorcendo as áreas costeiras no mundo.

“O oceano é nosso sistema de apoio para a vida: fornece grande parte do oxigênio que respiramos, dos alimentos que consumimos e do clima que precisamos para sobreviver. Mas, o lixo continua ameaçando sua saúde”, disse Vikki Spruill, presidente da Conservação Oceânica. “O resultado é que nosso oceano está enfermo e as responsáveis por isso são as atividades humanas”. As atividades em terra são a maior fonte de contaminação.

Na Austrália, as pesquisas sobre as cidades indicam que até 80% do lixo marinho têm fontes terrestres. Estas incluem lixões nas ribeiras dos rios, águas de inundações, fluidos industriais, esgoto não tratado, lixo de praias ou áreas de recreação, uso turístico ou recreativo da costa, pesca e atividades industriais, estaleiros e tempestades naturais. Já as principais fontes de contaminação marinhas são as atividades de pesca e navegação, extração de mineira em alto mar, dejetos legais e ilegais, equipamentos de pesca abandonados, perdidos ou descartados, e os desastres naturais.

O informe inclui uma compilação dos principais dejetos encontrados entre 1989 e 2007. restos de maços de cigarro, papéis e sacos plásticos lideram a lista. O plástico, especialmente os sacos e as garrafas de polietileno tereftalato, é o tipo mais persistente de lixo marinho, e representa 80% de toda coleta feita nos mares regionais. O plástico pode ser confundido com comida por vários animais, incluindo mamíferos marinhos, aves, peixe e tartarugas. Um estudo de cinco anos no Mar do Norte concluiu que 95% dessas aves tinham estomago em seus estômagos. Por outro lado, estudos do plâncton no Atlântico noroeste encontraram pedaços de plásticos que datam dos anos 60.

As atividades relacionadas com o tabaco também estão no topo da lista de fontes de lixo marinho. A Conservação Oceânica concluiu que as pontas de cigarros representa 28% do lixo nas praias do mundo. Os filtros e as embalagens representa 40% de todo o lixo marinho no Mediterrâneo, enquanto no Equador o lixo relacionado com o tabaco constituiu a metade de todo o que foi encontrado na costa em 2005. “O lixo marinho é sinal de um problema maior: o uso e a persistente má administração dos recursos naturais”, afirmou o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner. “Sacos plásticos, garrafas e outros resíduos nos oceanos e mares poderiam diminuir drasticamente com uma melhor administração e redução do lixo, bem com por iniciativas de reciclagem”, acrescentou.

O setor de turismo e o de recreações têm um impacto significativo na situação dos mares e costas em todo o mundo. Segundo o informe, em algumas das áreas turísticas do Mediterrâneo, mais de 75% da produção anual de lixo são gerados na temporada de verão. As atividades na costa respondem por 58% do lixo marinho no Báltico, e por quase a metade no Japão e na Coréia do Sul. Além disso, o lixo marinho pode causar sérias perdas econômicas, prejudicando embarcações, afetando a pesca, contaminando o turismo e as instalações agrícolas.

Por exemplo, na Grã-Bretanha, 92% dos pescadores das ilhas Shetland informaram problemas recorrentes com lixo nas redes, e estima-se que cada embarcação perdeu entre US$ 10.500 e US$ 53.300 por ano por essa causa. Os custos do problema na indústria local podem chegar a US$ 4,5 milhões. O informe propõe adotar multas com dissuasão. Por exemplo, nos Estados Unidos, o navio Regal Princess foi multado em US$ 500 mil em 1993 por jogar no mar 20 sacos de lixo.

“Agora é tempo de ação”, disse Philippe Cousteau, membro da junta de EarthEcho International e da Conservação Oceânica. “Há soluções que todos, em qualquer parte do mundo, podem adotar para fazer uma diferença positiva para nosso planeta de água”, ressaltou. O informe recomenda desenvolver um plano de ação regional sustentável de longo prazo para enfrentar o problema ou adotar um protocolo internacional. IPS/Envolverde

Exposição Flora Brasiliensis

Exposição Flora Brasiliensis, com reproduções de ilustrações da obra do naturalista alemão Carl von Martius após viagem pelo Brasil no século 19, é destaque no Parque Villa-Lobos, na capital paulista
http://www.agencia.fapesp.br/materia/10622/especiais/flora-no-parque.htm
Davis

terça-feira, 9 de junho de 2009

Campanha sobre aves migratórias

http://videos.sapo.pt/GKfZGh8TtwyRwYznZ9hj

Movimento internacional Clean up the word

Oi Pessoal comentei com vocês sobre esse movimento internacional que tem trabalhos com limpeza de praias

http://www.cleanuptheworld.org/en/

Davis

O custo de limpeza das praias de Bohuslan, na costa oest e da Suécia

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/06/090608_lixounep_ba.shtml



Atualizado em 8 de junho, 2009 - 16:20 (Brasília) 19:20 GMT

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MEIO AMBIENTE

Plásticos constituem maior parte de lixo no mar, diz ONU



ONU afirma que quantidade de lixo nos mares está aumentando

Produtos plásticos - como garrafas, sacos, embalagens de comida, copos e talheres - formam a maior parte do lixo encontrado no oceano, segundo um relatório do Programa Ambiental da ONU (Unep, na sigla em inglês) publicado nesta segunda-feira para marcar o Dia Mundial dos Oceanos.

Em algumas regiões, esses produtos correspondem a 80% do lixo encontrado no mar.

O documento tenta mostrar aos governos de diferentes regiões ao redor de 12 dos principais mares quais os principais problemas, numa tentativa de apontar caminhos para a solução.

Segundo a ONU, não há um número exato da quantidade de lixo boiando nos mares, porque os dados coletados são mais precisos em algumas regiões e menos precisos em outras, mas a Unep afirma que as evidências são de que a quantidade de lixo está aumentando.

"O lixo marinho é sintomático de um problema maior: o desperdício e a persistente má administração dos recursos naturais. Os sacos plásticos, garrafas e outros lixos se acumulando nos oceanos e mares poderiam ser reduzidos drasticamente por uma política de redução de lixo, administração e iniciativas de reciclagem", disse Achim Steiner, sub-secretário geral da ONU e diretor executivo da Unep.

"Parte deste lixo, como os sacos plásticos finos que só podem ser usados uma vez e sufocam a vida marinha, deveriam ser proibidos, ou rapidamente tirados de circulação em todo lugar - não há mais como justificar a fabricação desses sacos em nenhum lugar."

"O lançamento de outros dejetos pode ser cortado aumentando a consciência do público e usando uma série de incentivos econômicos e mecanismos de mercado inteligentes que façam a balança pesar a favor da reciclagem, redução ou reutilização de produtos, em vez de jogá-los no mar", disse Steiner.

Plástico

Os compostos tóxicos do plástico podem ser encontrados nos organismos que o consomem, diz o relatório, afirmando que o produto pode ser confundido com comida por vários animais, inclusive mamíferos marítimos, pássaros, peixes e tartarugas.

As tartarugas marinhas, em particular, podem confundir sacolas plásticas boiando com águas-vivas, um de seus alimentos favoritos.

Uma pesquisa de cinco anos com fulmaros glaciais - um pássaro encontrado na região do Mar do Norte - concluiu que 95% desses pássaros continham plástico em seus estômagos.

Segundo o relatório, além de produtos plásticos, pontas e maços vazios de cigarro e de charuto estão entre os produtos mais encontrados nos oceanos, correspondendo a 40% do lixo encontrado no Mar Mediterrâneo.

O turismo também têm impacto significativo sobre o estado dos oceanos e costas em todo o mundo.

Em algumas áreas do Mediterrâneo, mais de 75% do lixo é produzido durante a temporada de verão, com forte presença de turistas.

Atividades costeiras correspondem a 58% do lixo encontrado no Mar Báltico e quase metade do lixo encontrado no mar na região do Japão e da Coreia do Sul.

O relatório ainda conclui que a maior parte do lixo marinho vem de atividades baseadas em terra firme.

Segundo o Unep, o problema do lixo marinho é particularmente grave na região dos mares do sudeste asiático - onde vivem 1,8 bilhão de pessoas, 60% delas nas áreas costeiras.

Prejuízo

A ONU também atribui o aumento da poluição ao crescimento econômico e urbano, além das atividades marítimas.

Além dos problemas de saúde e para a vida marítima, o lixo nos mares também provoca prejuízos econômicos, afirma o documento, com barcos e equipamentos de pesca danificados e contaminação de instalações para turismo e agricultura.

O custo de limpeza das praias de Bohuslan, na costa oeste da Suécia, foi de pelo menos U$S 1.550.200, em apenas um ano. No Peru, a cidade de Ventanillas calculou que teria de investir cerca de US$ 400 mil por ano para limpar sua costa - o dobro do orçamento para a limpeza de todas as áreas públicas.

A ONU ainda recomenda a imposição de altas multas para embarcações que jogarem lixo no mar e a suspensão de taxas para o processamento do lixo nos portos, para desestimular o despejo nos oceanos.

Relações de vínculso entre professor e alunos

http://tvuol.uol.com.br/permalink/?view/id=prova-do-enem-04023260E0C13346/user=e8h4xmy8lnu8/date=2009-06-09&&list/type=search/q=humor/edFilter=all/time=all/

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A ciência como agente de transformação social

http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/a_ciencia_como_agente_de_transformacao_social.html

terça-feira, 2 de junho de 2009

Educação para a biodiversidade

Além de inventários da fauna, da flora e dos microrganismos de biomas paulistas e de mapas para a orientação das políticas públicas, o programa Biota-FAPESP – que comemora dez anos com evento que terá início na quarta-feira (3/6) – gera diferentes projetos voltados à educação ambiental


http://www.agencia.fapesp.br/materia/10580/especiais/educacao-para-a-biodiversidade.htm

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Questões para avaliação

Ola a todos: essas questões a seguir deverão ser desenvolvidas em casa, individualmente, e dialogando com a bibliografia utilizada na disciplina e outras que queiram utilizar em adição aquelas indicadas na aula.

Deverá ser entregue no dia 15 de junho

1) Considere as críticas à ciência moderna para discutir aspotencialidades e limites da biologia em relaçào à educáção ambiental


2) Construa uma argumentação sobre o papel da Educação Ambiental diante do desfafio da sustentabilidade.

domingo, 31 de maio de 2009

Instituto Terra



Algumas coisas (a maioria de tudo que a gente escuta, engole, vê, olha) só fazem sentido depois de um tempo (quando cada um cada qual no seu tempo ouve, digere e enxerga).

Tá aí uma das coisas.

(Foto na Escola Nacional Florestan Fernandes.)

Instituto Terra Instituto de Educação Ambiental e Reflorestamento da Mata Atlântica criado por Sebastião Salgado e sua mulher, Lélia Wanick Salgado, presidente da instituição.
http://www.institutoterra.org/

sábado, 30 de maio de 2009

Expedição Parques Nacionais do Brasil

Quando estavamos organizando a semana da bio eu recebi um e-mail do tinho sugerindo que a gente chamasse esse cara. Entrei no site e achei muito legal......O cara viajou pelo país inteiro, visitando os parques e "descrevendo" cada um deles. No minimo, uma experiencia de vida incrivel.....

beijos
Jana

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Projeto Sala Verde

Bom, estou mandando um link para um arquivo em pdf que explica sobre esse interessante projeto já tão citado por nosso professor.

http://rapidshare.com/files/238676830/anexo10-salaverde.pdf

Vale a pena dar uma olhada!

até mais!

Caio Henrique (Tatu)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

terça-feira, 26 de maio de 2009

Trabalho de camop em S Vicente

Oi Pessoal;

Hoje a atividade de trabalho de campo teve os seguintes objetivos:

1) Exercitar a observação empírica
2) Provocar a interpretação da paisagem como meio para problematização a respeito do meio ambiente
3) Incentivar a criatividade para proposições de ações de educação ambiental

Para próxima aula gostaria que vocês organizassem o relatório levando em consideração as seguintes questões:

a) Segundo o observado vocês consideram os espaços visitados com potencialidade para o turismo?

b) Como estão as condições ambientais dos locais visitados?


c) Quais as limitações ambientais encontradas para o desenvolvimento do turismo?


d) escolha um dos espaços e indique alguma ação educativa que poderia melhorar as consições ambientais e ao mesmo tempo dinamizar a atividade turística

Abraço

Davis

domingo, 24 de maio de 2009

Epopéia Verde - Links

Links

Parte 1 - http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG84545-7943-207-1,00-EPOPEIA+VERDE.html

Parte 2 - http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG84545-7943-207-2,00-EPOPEIA+VERDE.html

Parte 3 - http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG84545-7943-207-3,00-EPOPEIA+VERDE.html

Parte 4 - http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG84545-7943-207-4,00-EPOPEIA+VERDE.html

Vinicius - Cota

Epopéia Verde

Repórter retratando mudanças em sua maneira de viver, passando a seguir uma vida voltada mais à sustentabilidade. Muito bom, vai desde à redução do uso de água, passa por uma rep da Unesp de Botucatu e chega à questão do lixo, além de dar dicas para reduzirmos o impacto do consumo.

Cota - Vinicius

sábado, 23 de maio de 2009

Joguinho

http://jogos.wwf.org.br/casaeficiente/

Um joguinho interessante.

Fabi

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Fotos de Silves

Olá a todos:
seguem fotos do trabalho que estive fazendo essa semana em Silves no Amazonas. Estamos criando uma Reserva de Desenvolvimento Sustentável de forma participativa.

essa fase estasmo fazendo um mapeamento participativo e levantamento sócio econômico junto comas comunidades ribeirinhas.
Abraço
Davis

http://picasaweb.google.com.br/dsansolo7/Silves_mapeamento_participativo_05_09?authkey=Gv1sRgCP-f4tW_tp2imgE&feat=directlink

Manual de Etiqueta Sustentávels

Esse site é bem interessante, tem umas reportagens boas, mas todas voltadas para um público mais leigo. Levando em consideração os patrocinadores do site podemos pensar que é tudo politicagem, mas querendo ou não é uma iniciativa que pode ser de alguma forma eficaz.

O que achei bem útil no site é que ele possui umas dicas boas de livros e filmes que abordam os problemas ambientais:

http://planetasustentavel.abril.com.br/estante/

E tem uma cartilha com 50 itens que na verdade são coisas que podemos fazer para diminuir nosso impacto no ambiente. A parte interessante disso é que ele compara o esforço com o impacto de nossas ações, mostrando que ás vezes fazendo algo simples já conseguimos causar um impacto positivo. Acho que passa um incentivo muito bom as pessoas:

http://planetasustentavel.abril.com.br/cartilha/


Luana Nara

domingo, 17 de maio de 2009

Carta de Pero Vaz de Caminha

A carta escrita pela arqueóloga me fez lembrar da carta de Pero Vaz de Caminha. Ele pôde assistir a um Brasil (ou melhor, Pindorama) que jamais veremos. Mesmo apresentando uma visão eurocêntrica, é interessante ler alguns trechos da carta, que descrevem o que já perdemos...

"Águas são muitas; infinitas..."

http://www.culturabrasil.pro.br/zip/carta.pdf

Aline Silveira (Marmota)


sexta-feira, 15 de maio de 2009

Carta Aberta de Niede Gidon. Leiam e comentem ok?

25 de Janeiro de 2005. Publicado por Equipe EcoViagem



Carta aberta de Niéde Guidon aos cientidtas e homens do futuro

Aos 71 anos de idade, Niéde Guidon, arqueóloga reconhecida pela comunidade científica internacional, completou, em 2004, 30 anos de pesquisa na região de São Raimundo Nonato, no Piaui.

Em 30 anos foram descobertos vestígios concretos da presença do primeiro Homem americano na região, datados de até 40 mil anos, incluindo milhares de pinturas rupestres, fogueiras, urnas funerárias e ossadas de animais pré-históricos, muitos dos quais estão reunidos no museu da FUMDHAM (Fundação Museu do Homem Americano), do qual ela é diretora.

O resultado de 30 anos de trabalho é um patrimônio cultural cuja importância é igual ao das cavernas de Lascaux, na França, ou as da Austrália, visitadas anualmente por milhões de turistas de todo o mundo.

Desanimada de tantas promessas não cumpridas por governos, como o aeroporto, já iniciado e com as obras paradas, que viabilizaria investimentos de grupos hoteleiros e a vinda de turistas brasileiros e estrangeiros trazendo divisas para o cerrado, uma das regiões mais pobres e esquecidas do Brasil, Niéde Guidon envia carta aberta a seus colegas cientistas.

No ano que passou, 60 funcionários da FUMDHAM, que administra o Parque Nacional da Serra da Capivara junto com o IBAMA, foram despedidos por falta de recursos, e poucos guardas tentam coibir depredações, caça e vandalismo, que já tiveram início.

Pagando agora com recursos pessoais alguns serviços para manter a estrutura mínima do Parque Nacional da Serra da Capivara e da FUMDHAM, Niéde Guidon tem poucas esperanças de que o país valorize e saiba aproveitar a riqueza cultural e o potencial turístico do que poderia ser uma saída para a miséria da região.

Carta Aberta ao Cientista e ao Homem do Futuro

Caro colega do futuro:

Você está quase no final de um século que vi nascer. No exercício de minha profissão, encontrei indícios, vestígios, e propus hipóteses sobre como vivia o Homem do passado, como usava suas ferramentas, como preparava suas armas.

Meu caro colega, mesmo não sabendo como você é ? talvez uma máquina inteligente ?, escrevo-lhe como se estivesse dirigindo-me a um Homem. E escrevo-lhe com a emoção de um Homem. Um Homem desse início de século que nos abriga.

Caso encontre dificuldade em entender-me, tenho certeza de que poderá recorrer a sofisticados dicionários, a sofisticados programas para computador, que lhe permitirão descobrir o sentido exato das minhas
palavras.

No início, todos os Homens viviam como caçadores-coletores. Para adquirir conhecimento e conviver com as outras espécies da natureza, para sobreviver com os parcos recursos biológicos que tinham, esses Homens necessitavam de grande coesão social.

O saber era passado dos adultos para os jovens, igualmente. Sabiam que não podiam ter proles numerosas porque, ao contrário dos outros animais, o
filhote humano levava anos para aprender e ser capaz de sobreviver só.

Todos executavam todas as tarefas, todos eram iguais. Os chefes comandavam com base em sua força física, que, como todos os recursos biológicos, nasce, atinge seu apogeu e definha.

Assim, um chefe exercia seu poder durante um tempo limitado, até que um outro membro da tribo, mais jovem, mais forte, o suplantava.

Os Homens temiam a natureza, reconheciam seu poder, um poder que, para eles, emanava de entidades sobrenaturais.

E essas entidades sobrenaturais comandavam as águas, os ventos, o fogo, os astros. Seres que viviam por sua conta e cuja passagem pela vida dos Homens
era eventual. Os espíritos!

Em um momento dado de nossa história, alguém imaginou como fazer para garantir um poder mais duradouro, que não dependesse unicamente dos recursos
biológicos.

Como a morte é um fenômeno que assusta a todos os animais, esse alguém imaginou uma história que tratava do além, da existência de seres sobrenaturais, da boa vontade dos quais dependeria a vida e o destino
pós-morte de todos os Homens. Os Deuses

Nesse momento começaram a se diferenciar os Homens. Aqueles que somente sabiam conviver com a natureza, que dependiam de sua força para sobreviver, e aqueles que tratavam com os deuses: os sacerdotes.

Os últimos, constituíam uma casta privilegiada, com poder assegurado. Com o poder assegurado, não tinham mais que enfrentar a vida difícil do dia-a-dia, pois recebiam dádivas daqueles que não tinham o poder de tratar
com as divindades.

Mas como os Deuses eram muitos, havia a possibilidade de tratar com seus intermediários, e o poder se diluía. Como concentrá-lo, então? Como colocar mais elementos de uma família, de um clã, no exercício do poder?

Novamente um gênio inventou outra forma de poder. Os Deuses escolhiam e davam a um homem o poder para que ele fosse o chefe de todo seu grupo. E esse privilégio passava de pai a filho.

Nasceram, assim, as dinastias. O poder concentrava-se cada vez mais. As sociedades começaram a crescer além dos limites permitidos pela natureza, pois, para que alguns pudessem viver sem fazer nada, além de falar com os Deuses e dar ordens a seus súditos, para que pudessem viver em palácios, mergulhados em rendas e comendo iguarias, deveriam existir milhões de
escravos, trabalhando para ter direito ao pão, à água e à procriação, engendrando muitos futuros escravos.

Templos, túmulos monumentais e palácios, sempre exigiram multidões de escravos para serem construídos e mantidos. Com o aparecimento da escrita, das castas, o saber ficou concentrado naqueles que dominavam. Não era mais todos ensinando a todos.

Assim, começaram a aparecer as classes cultivadas e os ignorantes. Sempre poucos letrados para muitos ignaros.
E depois? Depois, um novo passo foi dado para concentrar e tornar o poder definitivamente esmagador. Um espírito genial criou o Deus único, engendrou
o monoteísmo.

Concentrou-se o poder em um homem que representava Deus, infalível, cuja palavra deveria ser seguida sem discussões. Em torno dele toda uma corte, formando uma estrutura triangular, sempre poucos no alto, muitos na base.

O judaísmo, o catolicismo, o islamismo, o protestantismo. Cada grupo inventando seu próprio Deus, único, o certo, o bom, o que devia ser adorado..Quem nele não acreditasse, deveria ser exterminado.

Poder religioso e seu derivado, o poder civil, nunca se dissociaram. Juntos escreveram páginas com o sangue de todos os que se rebelavam e poderiam representar a menor ameaça a esse estado de coisas. Assim, durante milênios, a sociedade humana acostumou-se com as guerras, com o extermínio dos que pensavam diferente, dos que não queriam se submeter e ser escravos.

Guerras pelo domínio das terras e dos povos, das riquezas do mundo. Guerras e perseguições contra os que negavam ou duvidavam do poder divino. Os que falavam da bondade de Deus, de sua misericórdia, eram os que
torturavam, mantinham em masmorras e matavam os que ousavam duvidar de sua palavra.

Mesmo aqueles que não duvidavam, mas que representavam uma presa interessante, pela sua fortuna, por sua mulher, por suas terras, também eram perseguidos, eliminados.

E como o Poder nunca se sacia, quando mais baixo encontrava-se o Homem na escala social, mais filhos deveria produzir. Sempre com a idéia de que, para
sobreviver, necessitava de muitas mãos, mãos que o ajudariam a trabalhar e, mais e mais, agradar ao Poder.

Assim, vimos Homens torturando, matando, chacinando outros Homens. Vimos a Idade Média, a Inquisição. A invasão das Américas e o aniquilamento de milhões de seres humanos que compunham os primeiros povos, que partilhavam as terras com todas as outras espécies, que viam o verde das matas e escutavam a algaravia dos bichos.

Em um dado momento, alguém se lembrou de um tipo de governo que havia existido em um pequeno país, criador de uma civilização, onde a cultura era difundida e o povo tinha suas tradições, a democracia.

Imediatamente, esse alguém pensou nas possibilidades que ela abriria se fosse implantada em países com elites cultas e massas incultas. O povo acreditou que estava elegendo seus representantes.

E, assim, o Poder, ao invés de ter que contentar milhões, teve unicamente de enriquecer, dar empregos e acanalhar os representantes desses milhões, algumas centenas de cidadãos que passaram a integrar um novo Poder.

Assim nasceram os políticos, prometendo uma vida maravilhosa para os que nele votassem, mas pedindo que esquecessem o que haviam escrito ou prometido no instante em que se viram investidos de Poder.

Vimos agir o nazismo, o fascismo, o comunismo. Homens sendo assassinados em câmaras de gás, fuzilados, torturados. Hiroshima e Nagasaki. Os brancos rejeitando os negros e os amarelos, os negros rejeitando os
brancos e os amarelos, os amarelos rejeitando brancos e negros. Os capitalistas. As classes trabalhadoras. E cada vez mais os donos do Poder aprimoravam-se.

A transmissão do saber, que havia sido concentrada, que havia passado da Igreja para a Universidade, formando jovens capazes de pensar e protestar, tinha de ser demolida. E a Universidade foi destruída. Ao invés do saber se ofereciam diplomas.

O Poder concentrou-se na tecnologia. Os tecnocratas, sem pensar em algo mais sofisticado, menos simplista, ativeram-se apenas às operações necessárias para conseguir que uma máquina executasse uma tarefa específica, que o computador resolvesse determinado problema.

Tudo orquestrado para que a necessidade de consumo aumentasse a cada instante, e mais impostos fossem pagos. Impostos que garantiriam educação para seus filhos, saúde para a família, estradas, cidades limpas e seguras, o direito ao lazer.

E o Poder recebia os impostos e decidia o que fazer com eles, mudando seus destinos, oferecendo escola de péssimo nível, saúde que significava morte mais rápida, bandidos ameaçando a todos.

O Poder podia solicitar empréstimos, aceitar juros extorsivos, quando precisava de dinheiro para uma fantasia qualquer, como construir uma capital nova! Mas quem pagava os empréstimos, mais os juros, era o povo, cujos filhos já nasciam com uma dívida enorme.

O rosário de sandices continuou: abriram a possibilidade para que o Homem fosse diferente dos outros animais de sua família. O Homem poderia viver mais do que seus primos macacos. Que felicidade...

Para viver mais, trabalharia mais, e manteria todo o sistema necessário, com isso continuaria arrastando seus males pelo mundo.

Num mundo onde só existia espaço para a arrogância, as outras espécies passaram a existir apenas em função das necessidades do Homem. Os animais eram torturados, viviam em pânico, aterrorizados.

Por quê? O porquê de tanta atrocidade? É isso que está me perguntando, meu caro colega do futuro?

Apenas para produzir mais e para nutrir a espécie que se fez dominante. E não parou por aí, não: milhares e milhares de espécies vegetais foram destruídas, dando lugar apenas àquelas que interessavam ao Homem.
Animais e plantas foram modificados geneticamente para aumentar a produtividade. Isso, apesar de continuarem pregando que Deus havia criado o mundo, e tudo o que existia sobre a face da Terra. O Homem corrigia e
melhorava o que Deus havia feito!

Para culminar, decidiram que nem mesmo os filhos poderiam substituir os pais. O amor ao Poder era tal que criaram a técnica da clonagem, e cada um foi substituído por si mesmo.

A reprodução e os riscos de ver nascer um filho que não fosse digno de seu patrimônio ficou relegada aos que não tinham meios para se auto-reproduzir.

Destruíram, meu caro colega, a beleza do mundo, o prazer da vida. As primeiras sociedades humanas, pouco numerosas, eram solidárias. A generosidade da natureza podia manter todos saudáveis.

As sociedades humanas no início desse nosso século são compostas por bilhões de pessoas. Sociedades, na sua grande maioria, doentes, solitárias.

A natureza foi destruída. Todo o alimento tem de ser comprado. A água tem de ser comprada. Os dons da natureza, hoje, têm seus donos: o Poder. O Poder, sob suas inúmeras formas.

A competição é a regra da vida, e todos os Homens, mesmo sem ter consciência, odeiam seus semelhantes, potenciais competidores. E a eles atribuem a culpa de não poderem viver melhor.

E o que aconteceu com o Homem? É isso que está querendo saber agora, meu caro colega? Infelizmente, não poderei lhe responder a essa pergunta. Parti há muito. Mas tenho algumas curiosidades a respeito do seu tempo.
Me diga: o Sol que o aquece agora é o mesmo que vejo brilhar lá fora, ou ele foi substituído por algo artificial? As geleiras dos Pólos degelaram e invadiram territórios hoje ocupados por populações costeiras?

O que restou da camada de ozônio? Ela ainda existe? E a Floresta Amazônica, o que foi feito dela? Esvaiu-se em fogo e fumaça? A caatinga sobreviveu? Ou você nunca ouviu falar sobre ela? Você já ouviu falar em macaco-prego? Já ouviu falar em veados-galheiros, vaga-lumes, bem-te-vis? Em tamanduás? Em tatus, araras azuis e vermelhas, sapos, morcegos, onças, cobras, beija-flores, sabiás?

Já conjugou o verbo sonhar, sorrir, acreditar? E as mentes? Conseguiram eles, por fim, dominar todas as mentes?

Nesse instante, caro colega do futuro, estendo o meu olhar pela vastidão do que ainda é um pedaço do paraíso ? um pedaço do paraíso chamado Serra da
Capivara ?, que Poderes nada ocultos insistem em ignorar, em destruir, e entrego-lhe este texto para que continue a contar como prosseguiu a nossa história, a história de todos nós.

Uma história que, por séculos e séculos, tem sido de amargura, aflição e terror.

(Assessoria de comunicação para a Fundação Museu do Homem Americano - FUMDHAM)