sábado, 27 de março de 2010

Resumo da Aula do dia 22/03

Boa tarde, VII turma. Segue abaixo o resumo do que foi a última aula de Educação Ambiental.

Como todos devem saber, nossa última aula ocorreu no "Dia Internacional da Água', até o jornal "O Estado de São Paulo" resolveu entrar na onda (perdoem o trocadilho) e a edição daquele dia saiu azul (o que não coloca como águas passadas seus leves toques tendenciosos, nada apartidários, que é como a imprensa deve ser). Discutiu-se, com o Professor Davis levantando a questão, a importância da seiva do planeta, tanto no aspecto socio-industrial, quanto na esfera biológica. E esse recurso primordial coloca o Brasil no foco de um possível conflito futuro devido a sua escassez. Mudarão o foco da busca pelo petróleo (maquiadas por armas de destruição em massa) e quem sabe os EUA não arrumem alguma desculpa para se apossar da região da Bacia Amazônica, com a ONU fazendo vistas grossas. O discurso mudará, já se sabe. A aparente solidariedade norte-americana terá seus dias contados. Já no aspecto social, bateu-se na tecla da consciência para se evitar o desperdício, e dos efeitos devastadores provocados pelo despejo de lixo e esgoto sanitário nos rios, ou ainda as indústrias que jogam água quente nos rios, alterando sensivelmente toda a biota da região. Por conta disso, a ONU elaborou um documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água", muito embora (esperamos que por enquanto) não passe de um belo, porém utópico, documento.

Após isso, teve início as apresentações referentes às montagens que englobavam três pontos de conflito:

. homem versus natureza;
. homem versus objeto e
. o paradigma atomístico-individualista.

Nessas, notou-se que ainda falta experiência da classe em como adequar a metodologia à apresentação (muito embora nós não soubéssemos que uma apresentação à frente da sala iria acontecer). E, como é inerente ao ser humano, as montagens trouxeram múltiplas facetas interpretativas a quem assistia, possibilitando inúmeras conclusões críticas. Por extensão, as montagens lançaram pontos que se estenderam em novos assuntos, fomentando a dinâmica da aula. Dentre os pontos surgidos, destacamos:

. A educomunicação ambiental, onde o Professor Davis comentou a incorporação de um curso com esse nome na Universidade de São Paulo. E, a partir dessa introdutória, formamos as seguintes opiniões, incipientes, óbvio: cabe à educomunicação ambiental, de forma sintética, investigar os fundamentos desse campo, discutir as inter-relações dos vários tipos de saberes que se fundem na Educação e na Comunicação, e que constitui os principais objetivos teóricos desse novo campo. O que sentem e pensam as pessoas de si mesmas, dos outros e do mundo que as rodeia, não importando
idade, sexo, credo ou condição social.

. A possível leitura do preconceito, pela visão esteriotipada do "que é diferente". Citou-se as cotas raciais, os projetos de lei que a própria comunidade GLBTT defende, sem perceber que estes só acentuam o preconceito.

. A luta das feministas, do ser feminino. Feminismo esse que possibilitou, entre outras coisas, a admissão do voto das mulheres, e nasceu no bojo de uma reação coletiva contra a misoginia (aversão ao feminino) e a opressão histórica para com as mulheres. E a afirmação gradativa das mulheres à sociedade foi discutida.

. A domesticação de animais, assunto incorporado à aula via lembrança do "acidente" ocorrido em um parque aquático nos EUA, que culminou com a morte de uma adestradora por um espécime de Orcinus orca. Animal este que embora possuísse um histórico de comportamento que lhe é natural (visto as condições nada agradáveis e naturais em que se encontrava), foi mantida no "elenco" do show. A conversa se estendeu e houve muitas participações ativas na discussão. A ideia de que a domesticação é pegar para si a função de provedor das condições essenciais para que uma determinada espécie sobreviva, o aspecto cultural de ser ter um bichinho de estimação e o infeliz fato de o ser humano ainda tratar os animais como desprovidos da necessidade de respeito foram citados.

E foi assim que a aula trasncorreu. Alguns assuntos paralelos reforçaram os tópicos já citados, o que confere possibilidade de amarrarmos uns aos outros e assim, plantar a possibilidade de regarmos o senso crítico e o espírito contestador, tão em falta no ambiente universitário em que nos encontramos.

Bom, esse foi o nosso resumo da última aula. Tomamos o cuidado de não parecermos deterministas em alguns pontos, mas a imparcialidade é difícil quando a escrita é livre e quando não temos que tomar cuidado com a chance de ser amassada a nossa opinião.

Grandes abraços e até a próxima,

Rodolfo Probst (Margarida) & Renê Gonçalves (Paralho).

quinta-feira, 25 de março de 2010

domingo, 21 de março de 2010

Evolução Histórica da Educação Ambiental

Oi Pessoal:

Ai está o link do texto para ler para aula de amnhã. Não é necessário resumir.
Davis


http://www.megaupload.com/?d=81GYE9YP

quarta-feira, 17 de março de 2010

Desenvolvimento, Sustentabilidade e Natureza na Sociedade Contemporânea

.

REDCAPA

Professora: Dra. Lavínia Pessanha (ENCE/IBGE)
Objetivo Geral do Curso: O curso está desenhado para introduzir o debate sobre natureza e
cultura, desenvolvimento sustentável, na sociedade atual, denominada (pós)moderna,
altamente moderna, do conhecimento que são palavras chaves para entender a relações
sociais com a natureza.
Período do curso: 12 de abril a 09 de julho de 2010.
Carga horária: 130 horas
Inscrições até o dia 11 de abril de 2010.
Informações em:
http://www.redcapa.org.br/portugues/cursos/desenvolvimento_sustentabilidade.html

Métodos Participativos en el Desarrollo Rural Sustentable

Cursos en español y portugués.

Métodos Participativos en el Desarrollo Rural Sustentable

REDCAPA

Profesora: Julia Guivant (UFSC)
Objetivo General: El curso está diseñado para introducir el debate sobre participación y
conocimiento local que son conceptos claves en los procesos de desarrollo rural
sustentable.
Observación: Las clases son colocadas tanto en español como en portugués alternadamente.
Período del curso: 12 de abril al 09 de Julio de 2010.
Carga horaria: 130 horas
Inscripciones hasta el 11 de abril de 2010.
Informaciones en: http://www.redcapa.org.br/espanhol/cursos/metodos.htm

terça-feira, 16 de março de 2010

Aula 15/03

Boa tarde VII turma, segue abaixo um resumo da última aula.

Na primeira parte da aula debatemos sobre o texto de Edgar Morin, baseado na atividade passada. O professor também nos mostrou o vídeo "Baixo Gávea debaixo d'água", cujo link está no post anterior.
Houveram muitos comentários sobre o vídeo, mencionando a questão social e a interferência do ser humano nos ciclos naturais. Também foi citada a questão da logistica da criação de uma cidade, baseado na lógica social e do capital, onde os mais pobres ficam nas áreas mais desvalorizadas.

Na atividade sobre o texto de Morin, foram abordados o CONTEXTO, GLOBAL, MULTIDIMENSIONAL, COMPLEXO e INTELIGÊNCIA GERAL, segundo o ponto de vista do autor e de São vicente.

Na segunda parte da aula, trabalhamos em duplas com o texto de Carlos Gonçalves, "Os (des)caminhos do meio ambiente". Para a próxima aula foi pedido para trazer uma colagem sobre os 3 itens da página 37 e comentários sobre o último parágrafo da página 35.

Segue abaixo o exercício para quem perdeu:
1) Indique um exemplo diferente do autor que denota um significado de natureza em nossa sociedade.
2) Discuta os significados dados pela sociedade capitalista à relação natureza/lazer.
3) Leia e comente o último parágrafo da página 35
4) Traga para a próxima aula uma colagem sobre sobre os três itens da página 37 (não deve conter texto).

Acho que foi só isso gente.
Beijos
Van (Consolo)

quarta-feira, 10 de março de 2010

Imperdível

http://www.gruposal.com.br/blog/?p=3910#respond

Comentem relacionando como EA

terça-feira, 9 de março de 2010

Exercício para próxima aula

MORIN, Edgard . Os setes Saberes necessários a Educação do Futuro. São Paulo, Cortez ,2000. Cp II Os Princípios do Conhecimento Pertinente


Em grupo de 5 alunos discuta:

1) O Contexto
a. O conceito do autor
b. O contexto do estuário de São Vicente

2) O Global
a. O conceito do autor
b. A inserção do estuário ao Global

3) O Multidimensional
a. O conceito do autor
b. A multidimensionalidade do estuário do estuário

4) O complexo
a. O conceito do autor
b. A complexidade do estuário de SV

5) A Inteligência Geral
a. Discuta o conceito
b. e como foi estimulada e utilizada a inteligência geral na aula de hoje





Como a compartimentação do conhecimento se aplica na biologia e essa a educação ambiental. Traga uma posição do grupo com base em argumentos concretos e procure articular como os argumentos do autor concordando, concordando em parte ou discordando.

Ler o texto do Carlos Walter Porto Gonçalves

Revista de educação Ambiental

Visitem o site. http://www.revistaea.org/index.php
Davis

Aula dia 08/03

Boa Tarde Sras. e Srs.,

Cá está o primeiro resumo das aulas, esperamos que esteja de acordo com as espectativas de todos.

*Dinâmica: através da análise de fotos, os grupos discutiram com base na crise ambiental contemporânea o que cada uma delas representava.
-Biblioteca de Éfesos: origem do conhecimento ocidental. Tudo estava vivo e necessitavam de respeito.
-Cúpula do Vaticano: Monopólio do conhecimento pela Religião. Homem acima de tudo.
-Terraços Incas: Ambiente como algo sagrado. Perda de conhecimento com a colonização.
-Mesquita de Santa Sofia: cultura oriental demonstrando a harmonia da natureza com a estética.
-Big Bang: Ápice da Revolução Industrial. Exploração exagerada da natureza.
-Terraço Itália(São Paulo): Crescimento desenfreado e aumento populacional.
-Museu de História Natural de Londres: Crise existencial da humanidade.
-Expo de Lisboa: Enfatização da compreensão não de forma específica, mas de maneira abrangente.
-Faculdade de Curitiba: Existência de vários caminhos é a importância e responsabilidade das Faculdades e Centros de Educação.
-Trator: Terceira Natureza, a natureza tentando reabsorver a Segunda Natureza.

*Discussão do Conhecimento Vulgar Vs. Pesquisas Científicas:
-Análise dos parâmetros que regem a ciência desde seus primórdios e sua adequação a nossa realidade.

Agradecemos a todos que tiveram a paciência de ler isto ^^

Érika (Min) & Ricardo(Forrest)

domingo, 7 de março de 2010

Greve dos Professores do Estado de São Paulo

Acho que está na hora dos professores reagirem a situação ridícula de seus salários enquanto se investe bilhões em rodo anel, ampliação das marginais.
Educação está longe de ser prioritária. Ao mesmo tempo quando se investe pesadamente em infraestrutura rodoviária, e se "economiza" com a educação, esta é uma postura educativa para o meio ambiente. Portanto sempre temos que trazer a tona a pergunta: que meio ambiente que queremos, para que estamos educando?

Segue abaixo uma carta dos professores do Estado de São Paulo em greve.

Davis


Escrito por Flávio Boleiz Júnior às 11h59


Incongruências do secretário

Incongruências nas idéias de Paulo Renato



O secretário de Educação de São Paulo, Professor de Economia Paulo Renato Souza, escreveu artigo no jornal Folha de São Paulo de hoje (04/03/2010) para se defender do que chama de “detratores e seus porta-vozes”, que têm criticado a administração Serra na área de sua pasta.



Economista muito familiarizado com os princípios do neoliberalismo — que marcaram nitidamente sua passagem pelo ministério da Educação durante o governo também neoliberal de Fernando Henrique Cardoso —, ele começa comparando um suposto crescimento do PIB em 5% com a melhoria nas metas em educação num mesmo porcentual.



Aqui já se apresenta um grande problema que demandaria todo um curso de pós-graduação para se poder fazer entender, o senhor Secretário, que, em primeiro lugar, as crianças são diferentes de dinheiro e, em segundo lugar, que o ensino visa a metas antagônicas às da economia capitalista, uma vez que, enquanto que esta visa, inexoravelmente, ao lucro — que é o princípio que incentiva investimentos privados na produção material —, aquela visa à formação de sujeitos livres, cidadãos conscientes e indivíduos felizes.



Se para fazer aumentar o PIB de um país é preciso investir em meios de produção e na exploração de recursos e mercados, para melhorar a Educação das crianças, é preciso fazê-las querer aprender e estudar.



Diferente dos objetos de trabalho que se transformam durante o processo de produção material segundo a vontade do trabalhador, no uso de suas ferramentas e demais meios de trabalho, a criança, por não se tratar de mero objeto inerte e passivo diante do labor docente, tem capacidade e condições de reagir, já que é sujeito de sua própria vontade e só aprende se quiser.



Numa escola como as da Rede Paulista de Educação, pensada ainda nos moldes do ideal dos colégios fundados pela Companhia de Jesus a partir do século XVI, fica muito difícil ao professor ou à professora, por maior que seja seu “mérito”, conseguir que os estudantes queiram aprender e estudar.



As escolas mais parecem pequenas prisões protegidas com grades por todos os lados, com salas voltadas todas para um mesmo pátio, fazendo lembrar, não por acaso, das cadeias e penitenciárias — como é o caso da maioria das escolas estaduais. Os alunos são submetidos a cargas horárias de 4 a 5 horas sentados em carteiras enfileiradas em salas com até 48 crianças, como que se preparando para, obedientemente, se submeterem ao patrão no trabalho industrial.



Além da organização escolar espacial e temporal arcaica, seu currículo voltado para o ensino de conteúdos que, no mais das vezes, não se identificam com a realidade ou a necessidade dos estudantes, faz soar como mero blablablá as ladainhas infindáveis que escutam durante o período diário de escolarização. As aulas não apresentam caráter prático, unidades didáticas oferecidas em laboratórios, hortas ou em outros equipamentos do lado de fora da sala de aula tradicional, que poderiam despertar muito maior interesse dos estudantes, são uma verdadeira raridade, sendo que na maioria das escolas tais atividades pedagógicas de caráter prático sequer existem.



Com tantos problemas, investimentos financeiros que não busquem a reconstrução pedagógica da escola e a reestruturação de sua organização interna, enquanto equipamento educativo, estão fadados ao fracasso, já que visam a melhorar a qualidade num modelo que está falido e que já demonstrou, pelo menos nos últimos 16 anos de administração neoliberal em São Paulo, que não consegue avançar nos índices de avaliação criados por esse próprio governo.



Um avanço de 5% por parte dos estudantes da quarta série é, sem dúvida nenhuma, insignificante. Por mais que o secretário de Educação tente fazer parecer um grande avanço, esses 5% são desprezíveis, já que refletem apenas a adequação de uma pequeníssima quantidade de alunos a uma metodologia educacional que nem sequer responde às necessidades dos próprios estudantes. Se para fazer aumentar o PIB em 5% são necessários grandes investimentos na produção material de um país, para fazer as crianças quererem aprender e estudar, necessita-se, sim de investimento financeiro, mas, acima de tudo, é preciso que se reveja e reconstrua toda a escola, desde sua organização espacial e temporal, até seu currículo, passando por seus objetivos pedagógicos e suas metodologias, que têm se apresentado como sumamente inadequadas a seus fins.



Mais adiante, em seu artigo, Paulo Renato se intitula um “obcecado” pela melhoria da escola pública. Entretanto suas gestões não condizem com seu discurso. Vejamos alguns exemplos de tal disparate.



Já no início de seu artigo, Paulo Renato se mostra desinformado para com o regime educacional do Estado, referindo-se a “alunos da quarta série da rede estadual paulista”. Ocorre que a rede paulista não trabalha com uma educação seriada, mas com o sistema de ciclos de aprovação automática, de modo que não há 4ª série na rede estadual, mas alunos no quarto ano do 1º ciclo de Ensino Fundamental. O uso da terminologia errada por parte do secretário pode até parecer um pequeno detalhe, mas se trata de verdadeiro desrespeito para com um sistema de progressão que enfiado goela abaixo dos educadores da rede paulista pela gestão de seu próprio partido no governo do estado de São Paulo.



Em seguida, Paulo Renato classifica como “brutal infâmia afirmar que o estado culpa os professores por nota baixa dos alunos”, mas sua administração age fomentando a concorrência e a competição entre professores para que, “por mérito” próprio, consigam melhorar os índices dos estudantes.



Horas, se a culpa não é dos professores, porque é que eles precisam de incentivos individuais, tais como premiações por mérito para que seus alunos melhorem? Se os professores não são os culpados pela ma qualidade do ensino, em nada adiantará seu esforço para que se logre alguma melhoria na educação. Entretanto ao considerar que os investimentos na área estão adequados às suas necessidades, que o material pedagógico responde à demanda dos alunos, que as unidades escolares estão bem organizadas e equipadas e, ainda por cima, ao oferecer premiação ao professor que se sair melhor, a administração Serra e seu secretário de Educação estão colocando, sim, a culpa pela má qualidade da escola pública exatamente neles: nos professores!



Mais adiante, em seu artigo, o economista Paulo Renato forja identificar os culpados pela má qualidade da Educação. Num esforço no mínimo muito mal intencionado de ludibriar a opinião geral acerca da responsabilidade pela má qualidade da educação em São Paulo — que é da gestão de seu partido político, pelo menos nos últimos 16 anos —, o secretário afirma que “a equipe que assumiu a Secretaria de Educação desde o início do atual governo considera que os professores são vítimas de um sistema de formação docente que privilegia o teórico e o ideológico em detrimento do conteúdo e da didática.”



Uma afirmação como esta demonstra má fé por parte do governo Serra para com toda a população paulista, ao tentar criar uma cortina de fumaça sobre a própria incompetência na gestão educacional.



Quando era ministro da Educação, o Paulo Renato promoveu a maior farra no Ensino Superior que nosso país já viu. Nunca se abriram tantos cursos na rede privada, enquanto que as vagas nas Universidades Federais ficaram praticamente congeladas, com seus professores vendo seu poder de compra cada vez menor por conta de seus salários que não tiveram reajustes por cerca de 9 anos.



Os cursos em escolas privadas, que vêm formado a absoluta maioria de docentes de nosso país, que se multiplicaram enormemente durante os anos em que Paulo Renato era o ministro da Educação, nunca primaram por qualquer tipo de formação política de seus alunos, deixando muito a desejar, também, com sua formação teórica. Tudo isso é mesmo uma pena, pois se as faculdades tivessem, pelo menos, oferecido uma boa dose de formação teórica e ideológica a seus alunos, talvez os docentes tivessem aprendido a se organizar para melhor lutar por seus direitos e por uma educação de qualidade no estado de São Paulo.



Prosseguindo com seu artigo, cheio do que Paulo Freire chamaria de “palavras ocas”, Paulo Renato se vangloria de ter distribuído “mais de 192 milhões de exemplares” de material de apoio aos alunos e professores. Destaca, ainda, que “nas primeiras séries (olha as séries aí de novo), alocamos professores auxiliares para ajudar nas tarefas do letramento.”



O que Paulo Renato não diz é que o mesmo material é distribuído de maneira arbitrária e impositiva às escolas da rede, como se elas estivessem inseridas, todas, numa mesma realidade. O mesmo material distribuído nas escolas urbanas segue para as escolas rurais, por exemplo, em desalinho completo com a idéia de autonomia pedagógica das escolas, obrigando os alunos a “aprenderem” os mesmos conteúdos que, no frigir dos ovos, são inadequados para todos.



Além disso, o secretário parece não saber dos problemas graves que ocorreram na escolha desse material que, dentre outras pérolas da qualidade, contaram com mapas da América do Sul onde constavam dois Paraguais, com livros paradidáticos que faziam apologia à discriminação cultural e outros que inadequadamente para as idades indicadas, apresentavam palavrões e reprodução de cenas de pedofilia, de uma indecência que só se pode explicar pela incompetência dos gestores da pasta de Educação. Sem falar nos milhões de revistas “Nova Escola”, cuja qualidade deixa muito a desejar, e nos “gibis” da turma da Mônica, que renderam muito dinheiro ao grupo Abril — o mesmo que publica a revista Veja, que apóia incondicionalmente a gestão Serra!



Quanto à alocação de professores auxiliares nas primeiras séries, trata-se de outra falácia, já que as salas de aula continuam apinhadas de alunos (algumas com até 48 crianças) atendidos por um professor e um estagiário, ainda estudante em formação para se tornar professor.



No que tange à formação dos quadros docentes da rede estadual paulista, o secretpario exalta a aplicação de um concurso público para contratação de 10.000 professores, que se realizará no presente mês, como se isso representasse um grande avanço para uma rede que está defasada em mais de 50.000 professores, o que continuará sendo remediado por meio de contratações temporárias.



Finalmente, para não alongar demais este enfadonho rebate aos argumento sem substância do Secretário de Educação de São Paulo, vale destacar que enquanto a escola pública — que se destina à educação do pobres — subsistir ao lado da escola privada — que educa os filhos dos ricos e garante seus interesses —, não veremos melhoria efetiva da qualidade de ensino.



Somente uma educação popular, preparada para responder às necessidades mais práticas da esmagadora maioria de nossa população, com um currículo reconstruído a partir do diálogo democrático com toda a sociedade e com um novo paradigma organizacional dos tempos e espaços escolares, logrará elevar os estudantes de nosso país à categoria de cidadãos conscientes, bem formados e felizes.