O nome do livro já chama atenção: Oficinas Ecológicas. A leitura do sumário permite compreender o que será tratado no livro e do que se tratam as oficinas em si. O livro aborda diversas temáticas ambientais, focando o relacionamento do homem com a natureza. Sua proposta geral é de debater e promover debates em escolas de 1º e 2º graus sobre a situação atual do planeta e suas consequências para a sadia qualidade de vida humana (como citado na legislação brasileira).
Dividindo o livro em 3 partes, diversas oficinas são propostas de acordo com a temática abordada. as oficinas se baseiam na discussão (debates entre alunos) e na ação (práticas, como passeios e entrevistas).
Na apresentação do livro estão as primeiras controvérsias e, ao longo do texto, vai ficando claro a proposta contra o conceito de adestramento ambiental que Paula Brügger aborda em seu livro. Por meio das oficinas, o aluno deixaria o pensamento unidisciplinar e focado, passando a refletir melhor sobre diversas temáticas (as oficinas devem acabar com o adestramento).
As controvérsias aparecem quando comparamos o texto da apresentação com algumas das oficinas. Por exemplo, logo na primeira página, os autores definem a proposta do livro como "despertar a prática de mais solidariedade, respeito e amor entre todos e de todos com a natureza". Entretanto, uma das oficinas do livro propõe o extermínio dos chamados "venenos do lar", como insetos e ratos. Então, como podemos amar a natureza e ao mesmo tempo exterminá-la violentamente (dar cacos de vidro ou cimento aos ratos) de nossas casas?
Em outro ponto da apresentação verificamos o verdadeiro intuito das oficinas ecológicas: ensinar os alunos a preservar na natureza apenas o que importa para a vida humana. Isto fica claro na leitura: "visa a uma melhor qualidade de vida, para que o homem (...) possa humanizar-se cada vez mais". Nota-se que o preservar por preservar não é considerado.
A proposta do livro em si é ótima, principalmente quando os autores tratam de educação em outros países (Alemanha), ou quando cita legislação, ou até mesmo quando trata de valorização dos sentimentos humanos, mas uma análise mais aprofundada nos faz perceber certa utopia. Os autores do livro deixam claro que pretendem humanizar os alunos e desenvolver neles uma consciência ecológica para cuidar, preservar e amar a natureza. No entanto, a maioria das oficinas propostas não sai do diálogo, não há prática, não há o ensinamento propriamente dito de como preservar e AMAR a natureza. Essa consciência deve, sim, ser trabalhada (estimulada) nas escolas e até mesmo em adultos, mas ela já está pré-formada em casa um de nós.
Não será um pique-nique ao ar livre, "sentindo o cheiro das flores" que se desenvolverá na criança ou no adolescente o AMOR pela natureza. Isso deve ser intrínseco, e nunca podemos nos esquecer que somos parte integrante da natureza, e não donos dela.
Karina Pereira
Mariana Munhoz
Williane Peres
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário