quinta-feira, 22 de abril de 2010

Oi, pessoal, aqui está a comparação entre "Educação ou Adestramento Ambiental" e "A Educação Ambiental na Europa".

O movimento ecológico como movimento global se popularizou na década de 80, e desde então ainda não está completamente definido e vem enfrentando críticas. Paula Brügger, em "Educação ou Adestramento Ambiental" compara o formato atual da educação com um adestramento, que adequa as pessoas ao modelo social vigente e não cria uma visão crítica. Segundo ela, ainda há o enorme problema da compartimentalização, que separa a educação ambiental entre Ciências Humanas e Ciências Exatas (que tratam os temas ecológicos de maneira técnica), quando o ideal seria a integração entre elas. Em "A Educação Ambiental na Europa", André Giordan diz que muitas vezes a informação ambiental na Europa não passa de propagandismo e que, quando e intenção é realmente informar, isso ocorre de maneira ilegível ou imcompreensível. Portanto, ambos criticam o modelo vigente de educação ambiental e buscam encaminhar novos modelos, tendo como ponto central a geração de visão crítica.
Brügger enfatiza que a educação ambiental (EA) como mera reprodução de informações e habilidades (adestramento) pode tornar-se instrumento da perpetuação de um modelo social injusto. E isso, também segundo a autora, é mais grave nos países de terceiro mundo, onde os governantes não têm, em muitos casos, um comprometimento com o bem estar social e ambiental de seu país.
Giordan vê como ponto positivo da EA na Europa, a criação de redes. Essas redes podem ser regionais ou nacionais, envolvendo escolas, governo, associações, sendo que a última coordena a primeira. Podem também não apresentar hierarquia administrativa, como as redes que ligam escolas com problemas ambientais comuns. Essas redes apresentam sistemas de avaliação, para verificar a eficácia do que é realizado,
A EA pode ser informal, como a realizada pela mídia, por exemplo. Porém, a mídia normalmente se restringe ao "Plante uma árvore no dia da árvore" e fica de lado o que Paula Brügger considera essencial: o questionamento das causas do desmatamento, dos motivos do "progresso", bem como quem o impulsiona.
Já a EA formal (1º e 2º graus, graduação e pós-graduação) também encontra-se atualmente restrita, compartimentalizada e, consequentemente, ineficaz. Por isso, André Giordan cita algumas estratégias pedagógicas para que a EA realmente crie mudanças nos hábitos dos alunos fora da sala de aula. O autor considera que o primeiro passo da EA é a sensibilização, que se dá em termos do que se considera desagradável e está inserido no cotidiano das pessoas. Ou seja, primeiro se dá a sensibilização a nível local (motivação), para depois se criar uma consciência global. Além disso, Giordan deixa bem claro que identificar problemas deve ser tarefa do aluno e não do professor. É tarefa do aluno também analisar as causas, suas interrelações e hierarquizá-las (investigação), procurar soluções alternativas e por fim propor ações.
Enfim, nota-se que apesar de a preocupação com o ambiente ter surgido há pelo menos cinco décadas e ter se popularizado a nível global há 30 anos, a educação ambiental ainda é alvo de muitos questionamentos sobre a sua eficácia. Mas os estudiosos do assunto não se atém às críticas, mas também dão sugestões para que se implemente um modelo de EA que possa finalmente cumprir seus objetivos.

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